Suck This Punch: Entrevista exclusiva com o guitarrista Phil Seven e o vocalista Tadeu Bon Scott

Suck This Punch: Entrevista exclusiva com o guitarrista Phil Seven e o vocalista Tadeu Bon Scott

June 14, 2022 0 By Geraldo Andrade

O Suck This Punch foi formado na cidade de Limeira, interior de São Paulo, em 2015. E de lá pra cá, a banda vem se destacando no cenário nacional, fazendo uma releitura do classic rock pela perspectiva do peso e agressividade do thrash metal contemporâneo. A Revista Freak teve uma conversa com o guitarrista Phil Seven e o vocalista Tadeu Bon Scott, onde eles contaram um pouco da história da banda, das influências, planos para o futuro e muito mais. Vale conferir!

suck this punch entrevista

Foto Crédito: Divulgação Suck This Punch

Em primeiro lugar, muito obrigado por terem aceito a entrevista.

Phil: É um prazer participar dessa entrevista com vocês, muito obrigado pelo espaço.

Vamos pelo início, vocês são uma banda nova, iniciaram em 2015. Conte para nós como surgiu a ideia de montar a banda?

Phil: A banda foi criada pelo nosso amigo Marcos Nock, que produziu o primeiro e o segundo disco da banda. Marcos tinha algumas ideias de riffs e algumas harmonias, então convidou Tadeu Bon Scott para colocar letras e principalmente sua poderosa voz nessas músicas. Tudo rolou tão bem que acabaram compondo mais músicas e gravando o primeiro disco do Suck This Punch, “Fire, Cold and Steel”. Surgia aí a primeira formação da banda.

Suck This Punch, porque esse nome e de quem foi a ideia?

Phil: Essa é uma história engraçada. Quando estavam gravando o primeiro disco, a banda ainda não tinha um nome, foi quando, durante a mixagem da música “Blood Bastard”, diga-se de passagem, é uma puta porrada, Marcos solta a seguinte frase: “Chupa esse soco”. Tadeu achou essa expressão muito foda e representava muito a característica da banda, então foi apenas traduzida para o inglês “SUCK THIS PUNCH”.

No mesmo ano que surgiu a banda, vocês já lançaram o primeiro trabalho: “Fire, Cold And Steel”. Fale um pouco desse “primeiro filho”?

Tadeu Bon Scott: O álbum “Fire, Cold and Steel” foi um trabalho muito incrível de se fazer, pelo motivo de que a banda ainda estava se encontrando, então não estávamos ligados a temas. Você pode notar isso pela forma da produção do álbum que trata de vários assuntos em suas letras. Falando desde de uma banda na estrada, dinheiro, noitadas, a temas como problemas sociais e política,  sempre tendo o norte um Rock’n’roll mais cru e oitentista. Ideia que mudou bastante no álbum “The Evil On All Of Us”.

Vocês possuem uma agressividade do thrash metal. Quais bandas foram influências para vocês?

Phil: Essa pergunta é muita peculiar. Cada integrante da banda tem influências diversas, e isso traz muita singularidade para nosso som. A mistura do que gostamos e a liberdade de composição, sem nos prendermos a rótulos, traz nossa autenticidade. Mas é claro que temos muitas coisas em comum, as influências de Black Sabbath, Pantera, Sepultura e Mötorhead são notórias, assim como Grunge, Hard Rock, e bandas mais modernas como Slipknot e Korn.

suck this punch entrevista

Foto Crédito: Divulgação Suck This Punch

Qual é a atual formação da banda?

Phil: Hoje o Suck This Punch está passando por uma transição com seus músicos e com a produção do terceiro álbum. O que podemos informar por enquanto e que na organização e produção da banda temos hoje Tadeu Bon Scott – Vocal e Phil Seven – Guitarra.

Na sequência vocês lançaram o ótimo “The Evil On All Of Us”. Já com outra formação, como foi a produção e criação desse novo trabalho e com novos integrantes? O que eles agregaram?

Phil: A produção e gravação desse álbum foi um divisor de águas. “The Evil On All Of Us” foi produzido e gravado com uma formação totalmente diferente, apenas Tadeu continuava na banda. No Baixo estava Matheus Bonon, que estava fazendo alguns shows com a banda mas não havia composto e nem produzido nenhum trabalho. Um excelente músico, com uma visão bem ampla. Na bateria estava Giacomo Bianchi, que tinha apenas 19 anos quando produzimos e gravamos o álbum.  Um verdadeiro prodígio, dominava a bateria com maestria bem como tinha um conhecimento em harmonia musical, pois desde muito novo sempre tocou e estudou em orquestra.
Na guitarra, eu, Phil Seven. Sou músico desde 1998, com muita influência em Zakk Wylde e Dimebag. Nos vocais, o único membro da formação original da banda, Tadeu Bon Scott. Nem precisa falar de onde vêm suas influências, o nome já diz tudo. Essa formação teve uma química surreal, cada um teve muita importância na composição desse álbum, nenhuma ideia foi descartada e tudo foi muito testado e estudado até chegarmos no resultado final.

Eu li na bio de vocês, que o processo de gravação foi diferente do que aconteceu no primeiro trabalho. Quais foram as diferenças?

Phil: Nós tivemos mais tempo para produzir esse álbum e encontrar a nossa identidade como banda, já que tudo havia mudado. Havíamos terminado apenas uma música, “Alone”, que foi nosso primeiro single, e já tínhamos algumas outras músicas em processo. A estratégia foi gravar ”Alone” e laçar como single, dessa forma nós apresentamos a nova “Suck This Punch”, com caras novas e estilo musical novo. Depois disso, nós focamos apenas em terminar o álbum, compondo com calma e sem prazo, isso fundamental. A banda estava muito entrosada e esse processo foi muito rápido. Voltamos ao estúdio e gravamos mais quatro músicas, dentre elas estava “Shout It Out”, que foi nosso segundo single lançada junto com o clipe (que ficou espetacular). Faltava muito pouco para concluir o álbum, apenas alguns detalhes nas últimas músicas. Poucos meses depois retornamos ao estúdio e finalizamos as quatro músicas que faltavam, completando o álbum com nove músicas. O processo de gravação foi muito orgânico, gravamos todas as primeiras linhas de harmonia e ritmo ao vivo, guitarra, baixo e bateria tocando junto, isso dá muita vida para as músicas. Depois viemos com os solos, detalhes de arranjo e vocais.

Podemos dizer que com esse segundo trabalho vocês encontraram a identidade musical da banda?

Phil: Sim, encontramos nossa nova identidade. Claro que a banda já tinha uma, e muita coisa foi mantida. A grande mudança ocorreu quando a banda estava em um hiato, procurando por novos músicos, e Tadeu entrou em contato comigo me convidando para entrar na banda, foi aí que tudo mudou de rumo. Eu adorei o primeiro álbum da banda e de cara aceitei assumir as guitarras. Tadeu comentou queria modificar um pouco o estilo da banda, trazendo mais peso e agressividade. Então já cheguei com ideias novas, mudei a afinação das músicas e trouxe sua característica principal, os riffs de guitarra. Surge então uma dupla avassaladora, Tadeu com a maiorias das letras e melodias, e Phil encaixando seus riffs e solos.

No que se baseiam as letras da banda?

Tadeu: Conforme notado em uma das perguntas acima, houve uma mudança grande entre o primeiro álbum e o segundo, hoje as letras do Suck This Punch falam sobre problemas psicológicos, problemas sociais, religião, política, etc. Hoje a banda retrata um conceito mais sério dentro da sociedade. Se baseando em nosso segundo álbum, podemos notar músicas como “Machine’’ que cria o conceito do homem virando maquina em busca de poder, preso a uma matrix que o suga e o faz se perder dentro da realidade, ou “Alone’’ que retrata a depressão, mostrando a mente controlando a pessoa e criando uma ideia em sua cabeça que seria a de que, para ela não causar mal para si ou para o próximo, é preferível que ela fique sozinha, presa a seus próprios pensamentos. Ou temos também “Sons Of War’’ que é um grito de realidade pela história dos escravos e indígenas, que tiveram suas terras, suas vidas e seu sangue tomado no período da escravatura e logo depois devolvidos em liberdade sem mais nada. Enfim, hoje o Suck This Punch trata sobre o terror psicológico e social, tentando mostrar a realidade para a sociedade sem rodeios.

Eu gosto muito de observar as capas de álbuns, e a de “The Evil On All Of Us”, é muito bacana. De quem é arte? E qual significado?

Phil: Realmente a capa do “The Evil On All Of Us” é algo sublime, não só a capa, mas o encarte todo, com 16 páginas.  Essa arte foi feita por Juh Leidl, uma artista sensacional com prêmios no exterior e uma excelente cantora. Juh mergulhou de cabeça nas letras das músicas e extraiu tudo para o papel de uma forma única, captando exatamente a essência da banda. Cada página do encarte tem uma arte específica para cada música, é uma verdadeira obra de arte. Ela também crio o conceito do nosso personagem, Ash, que aparece tanto na capa e encarte do álbum, quanto nas artes dos singles “Alone” e “Shout It Out”, também produzidos por ela. Na capa, ela trouxe o significado do álbum “The Evil On All Of Us”, o mal que está em todos nós, dividindo o rosto do personagem Ash em duas partes, mostrando que, mesmo não aparentando, todos nós temos algo de “mal” lá dentro.  E deixo aqui um “Easter Egg”. Há muitas mensagens subliminares em nossas artes, mas só quem tem o álbum físico pode ver. Fica a dica.

Vocês possuem ótimos videoclipes. Na sua opinião qual é a importância deles hoje em dia, para uma banda?

Phil: Nós somos da época em que o videoclipe era o maior trunfo paras as bandas. Era um sonho imaginar que um dia um videoclipe nosso poderia passar na MTV. Acredito que o videoclipe seja um complemento para a música. Nele é possível colocar em imagens tudo aquilo que a música expressa, eu acho sensacional. Nós somos adeptos do videoclipe, haja vista a quantidade que já produzimos, e vamos continuar. Próximo álbum está a caminho, e nós já estamos pensando como serão os próximos videoclipes.

Agora que as coisas parecem que estão voltando ao normal, depois da pandemia, quais os planos da banda para o ano de 2022?

Phil: Nós queremos estrada e shows, muitos shows. Suck This Punch é uma banda de palco, de público, nosso show é enérgico. O terceiro disco já está em processo de composição, ainda não há nenhuma data de lançamento, pois queremos aproveitar o álbum “The Evil On All Of Us” e fazer os shows dessa turnê que foi atrasada pela pandemia. Mas nosso trabalho não para, estamos sempre em movimento, com muitas ideias e muito Heavy Metal.

Um recado para os fãs e leitores da Revista Freak:

Phil: O mesmo recado de sempre. Apoiem a cena local, apoiem as bandas novas, compareçam aos shows, comprem discos e camisetas, fortaleçam a cena. Nós precisamos de união, precisamos de parcerias entras as bandas, entras as casas de shows e bares, dessa forma todos crescem. Um abraço especial para toda a galera da Revista Freak e todos que acompanham. Vocês fazem a diferença dando espaço para bandas como nós e tantas outras por aí. Valeuuuuuuuuu

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