Entrevista: conversamos com PETE AGNEW, baixista e um dos fundadores da lendária banda escocesa NAZARETH
October 20, 2019Tivemos o prazer de conversar com Pete Agnew, baixista e um dos fundadores da lendária banda escocesa de hard rock NAZARETH, que está chegando no Brasil com sua turnê comemorativa de aniversário dos 50 anos da banda.
Foto: Divulgação Nazareth
Primeiramente gostaria de agradecer por esta entrevista e para começar, queria perguntar sobre a “Turnê de 50 anos” do Nazareth que passará pelo Brasil no final de outubro. O set list cobrirá todas as fases da banda neste concerto comemorativo?
Nós vamos tentar fazer o que fazemos em todos os lugares que tocamos, vamos tocar os big hits como sempre fazemos e também tocaremos algumas novas músicas do novo álbum, umas três do “Tattooed on My Brain”. Quando vamos ao Brasil tentamos tocar as músicas que agradam o público brasileiro, assim como fazemos em todos lugares que vamos tocar. Sempre tocamos músicas diferentes em cada país, que sabemos que são grandes por lá e no Brasil não será diferente. Temos nosso set brasileiro, como chamamos, e estou certo que irão adorar.
Como você vê o relacionamento da banda com o público brasileiro? Você se lembra da primeira vez que esteve no Brasil?
Sim eu lembro a primeira vez em que estivemos no Brasil, foi em 1990 e foi incrível porque já tínhamos 20 anos de banda e nunca tínhamos ido ao Brasil, o que nos deixou muito feliz. O público brasileiro é um dos mais barulhentos do mundo e isso faz a banda tocar bem.
Foto: Divulgação Nazareth
É difícil não perguntar sobre Dan McCafferty depois de 45 anos como vocalista da banda. Como é não ter a presença de Dan depois de todo esse tempo juntos?
É claro que quando Dan saiu, no começo foi muito estranho e com a entrada de Carl, nos tornamos uma nova banda e eu adoro tocar com essa nova banda, mas você sabe, Dan ainda é meu melhor amigo e sempre será, ainda nos vemos muito, apenas não viajamos mais juntos. Eu sinto falta dele como amigo, mas essa é uma nova banda, um novo conceito, um novo espirito e Dan estará sempre nas minhas lembranças, mas essa é uma banda diferente!
O último álbum da banda lançado foi o grande “Tattooed on My Brain”, o primeiro com Carl Sentance como cantor, você pode nos contar um pouco sobre o álbum e como está sendo a aceitação do público?
Definitivamente é um dos melhores álbuns que já fizemos e muitos fãs concordam, tivemos um retorno muito positivo. É um grande álbum porque os 4 da banda estão compondo as músicas e fazendo o melhor que podemos. Trabalhamos muito duro nele e é muito especial pra gente, e como é o primeiro de Carl, queríamos fazer um grande álbum e é muito bom que nessa altura de nossas carreiras que pudemos fazer um disco tão bom.
Foto: Divulgação Nazareth
Como o nome do Carl surgiu para ser o novo cantor?
Quando decidimos que iríamos continuar, não queríamos alguém que soasse igual ao Dan, porque isso seria estúpido. Queríamos algo novo e muita gente que veio fazer o teste para a banda, tentava cantar como ele, e dizíamos que não queríamos isso. Um dia um amigo nosso disse que devíamos escutar esse cara (CARL) e quando tocamos a primeira música com ele vimos que era o cara para assumir os vocais. É um grande vocal, canta diferente de Dan, tem um diferente approach com as músicas do Nazareth e quando ouvirem ao vivo, vão entender que ele trouxe uma coisa nova ao Nazareth.
Você poderia dizer o melhor e o pior momento da banda nesses 50 anos?
Eu não sei se posso fazer isso, é impossível! Muitas coisas maravilhosas aconteceram conosco e poucas coisas ruins aconteceram. A coisa mais triste da nossa carreira foi a morte de Darrel Sweet, com certeza o ponto baixo de tudo, e muitas coisas nos deixaram muito feliz, como fazer o primeiro álbum, a primeira tour, viajar para outros países… você pode imaginar o que é para uma banda de uma pequena cidade da Escócia, começar a tocar internacionalmente, é uma coisa enorme!!!! Nunca imaginamos tocar no Brasil, na América do Sul, ainda lembro a primeira vez que tocamos na Rússia, tudo foi incrível! Foram muitos momentos bons da nossa carreira!!
Foto: Divulgação Nazareth
Nazareth é uma banda que tem fãs de muitas gerações, eu tenho um filho de 22 anos que realmente gosta da banda. Como a banda vê o surgimento desses fãs mais jovens? Isso faz alguma diferença no set list do show ou quando vocês começam a escrever novas músicas?
Nosso público é um público de rock, independente das gerações. Muitos tipos de músicas tem aparecido desde que começamos e conseguimos atravessar as gerações, sempre conquistamos novos fãs e então isso me deixa muito grato. Tenho certeza de que quando formos ao Brasil, no final desse mês e eu olhar para o público, metade da platéia vai ser formada por jovens e isso é muito bom.
O que vocês sabem sobre a música ou bandas de rock brasileiras?
Temos mais a chance de ver as bandas que tocam em festivais com a gente, e não tocamos com muitas bandas de rock brasileiras, eu acho que o Sepultura, porque tocamos com eles no ano passado no Waacken. Eles são ótimos na verdade. Foi a primeira vez que vi eles. Tocamos no mesmo dia nesse grande festival na Alemanha. Essa é realmente a única banda de rock brasileira que eu vi, então eu não sei muito das bandas brasileiras.
Foto: Divulgação Nazareth
Com tantas bandas de rock anunciando a aposentadoria hoje em dia, depois de 50 anos, vocês pensam nisso?
Não, eu não penso em aposentadoria, prefiro morrer! Eu não acho que roqueiros pensem nisso, é impossível! Não deviam perguntar a um artista sobre isso, porque ele faz o que ama. Podem diminuir o ritmo, mas músicos não se aposentam!!!
Pete, muito obrigado novamente e antes de terminarmos, você poderia enviar uma mensagem para os fãs brasileiros do Nazareth?
Para todos os roqueiros brasileiros, espero vê-los logo no Brasil e por favor compareçam nos shows e vejam a nova versão 2019 do Nazareth!
NAZARETH 50TH ANNIVERSARY BRAZIL TOUR 2019:
- 31 de Dezembro – Curitiba
- 01 de novembro – São Paulo
- 02 de novembro – Brasília
- 03 de novembro – Belo Horizonte.
Mais informações através do site nazarethdirect.co.uk/website/gigs/
Nazareth Discography
“Tattooed on My Brain”
2018
“Rock ‘n’ Roll Telephone“
2014
“Big Dogz”
2011
“The Newz“
2008
“Boogaloo”
1998
“Move Me“
1994
“No Jive“
1991
“Snakes ‘n’ Ladders”
1989
“Cinema”
1986
“The Catch”
1984
“Sound Elixir“
1983
“2XS“
1982
“The Fool Circle”
1981
“Malice in Wonderland“
1980
“No Mean City“
1979
“Expect No Mercy“
1977
“Play ‘n’ the Game“
1976
“Close Enough for Rock ‘n’ Roll”
1976
“Hair of the Dog“
1975
“Rampant“
1974
“Loud ‘n’ Proud“
1973
“Razamanaz”
1973
“Exercises“
1972
“Nazareth“
1971
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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