Resenha: “The Mandrake Project” – Bruce Dickinson (2024)
March 26, 2024“The Mandrake Project” é nada menos que uma obra-prima e mostra o talento, a visão e o artista extraordinário que é Bruce Dickinson .
Bruce Dickinson está de volta, depois de quase 20 anos desde seu último lançamento solo. Apesar da lacuna, os negócios continuam como sempre. Reunido com o produtor de longa data Roy Z (que também cuida do baixo e da guitarra), bem como com o retorno dos companheiros de banda Dave Moreno (baterista) e Maestrro Mistheria (teclados), pouco mudou no campo de Dickinson, exceto por duas participações especiais de Gus G (Firewind) e Chris Declerq.
Desenvolvido ao longo de quase cinco anos, em grande parte graças à turbulência causada pela pandemia, “The Mandrake Project” é um assunto tipicamente expansivo, sendo um conceito multimídia acompanhado de uma história em quadrinhos de doze partes. Tematicamente, é algo pesado, lidando com ciência, ocultismo e abuso de poder, enquanto musicalmente traça um território semelhante aos álbuns anteriores de Bruce e à produção mais conceitual do Iron Maiden dos últimos anos. Na verdade, o álbum até compartilha uma música com o álbum de 2015 do Maiden, “The Book Of Souls”, na forma de “If Eternity Should Fail” , aqui traduzido como “Eternity Has Failed” , e alguns dois minutos mais curto que a versão do Maiden.
“Afterglow Of Ragnarok” é a faixa de abertura e primeiro single do álbum. É sombrio e dramático, com uma performance vocal dinâmica de Dickinson. É cinematográfico e cativante. Uma música e com um Bruce dando um show à parte. Um começo perfeito para um álbum perfeito.
“Rain On The Graves” também é dramática, contando uma visita ao túmulo do poeta William Wordsworth, com os vocais de Dickinson passando da palavra falada para a faixa completa. Pesada e com um refrão que gruda e certamente vai ser uma das mais agitadas no set de Bruce.
Faixas como “Many Doors To Hell” são mais diretas e acessíveis com um refrão cantado. Na terceira faixa, você já sabe que vai ser um dos melhores álbuns da carreira solo do vocalista do Iron Maiden. A minha favorita do álbum, impossível não sair cantado com Bruce.
“Resurrection Man” tem um ritmo mais lento com riffs sombrios, enquanto “Fingers In The Wounds”, a música mais curta do álbum, onde Bruce tira o pé do acelerador, tem cerca de 3 minutos e meio, adiciona piano para profundidade e atmosfera.
Uma das músicas mais intrigantes, como já tinha citado antes, é “Eternity Has Failed”. É a versão original de “If Eternity Should Fail” do The Book Of Souls de 2015 do Maiden . A versão de Dickinson é um pouco mais curta, com instrumentos de sopro adicionados para dar uma vibração mais Ennio Morrocone. Destaco a guitarra nessa faixa, simplesmente matadora.
A segunda metade do “The Mandrake Project” não perde impulso. Ter tanto tempo para escrever o material garantiu que cada música fosse polida e totalmente desenvolvida. “Mistress Of Mercy” é estridente e descolado, impulsionada pelos riffs potentes de Roy Z. “Face Of The Mirror” é uma música vibrante, principalmente acústica, e “Shadow Of The Gods” continua a vibração suave antes de começar na metade, tornando-se muito mais pesado.
O encerramento do álbum é o épico de quase 10 minutos “Sonata (Immortal Beloved)”. Ele traz de volta o sabor teatral, atingindo um pico dramático antes de recuar e terminar em um estilo tranquilo e descontraído. As composições de “The Mandrake Project” são impressionantes, cada faixa cuidadosamente arranjada com muita dinâmica e variedade.
Não é de surpreender que os vocais de Bruce também sejam impressionantes. Aos 65 anos ele ainda tem amplo poder e alcance, e sua abordagem variada torna as músicas ainda mais atraentes. “The Mandrake Project” é um dos trabalhos solo mais completos de Dickinson, com um dos artistas mais talentosos do metal mostrando que ainda tem muito gás no tanque. Fortíssimo candidato a melhor álbum de 2024.
“The Mandrake Project” é nada menos que uma obra-prima e mostra o talento, a visão e o artista extraordinário que é Bruce Dickinson .
Músicas
01- Afterglow of Ragnarok
02- Many Doors to Hell
03- Rain on the Graves
04- Resurrection Men
05- Fingers in the Wounds
06- Eternity Has Failed
07- Mistress of Mercy
08- Face In the Mirror
09- Shadow of the Gods
10- Sonata (Immortal Beloved)
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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