Resenha: “Mosaic” – Theocracy (2023)
April 5, 2024“Mosaic” representa qualidade, requinte de composição e músicas de primeira classe que sempre encontram o ponto ideal entre padrões progressivos e momentos melódicos.
Formado em 2002 por Matt Smith, a última vez que ouvimos falar da banda americana Theocracy foi há sete anos e do “Ghost Ship” . No final de 2023, Smith e o Theocracy lançaram seu quinto álbum de estúdio, “Mosaic”. Composto e produzido inteiramente por Smith entre 2020 e 2022, o álbum conta com a participação do novo guitarrista Taylor Washington do Paladin.
O álbum abre com “Flicker”. Instantaneamente você é capturado pelos vocais de Matt Smith e pelo estilo de ataque da música. Há muitos riffs, e já digo que é um ótimo começo.
A segunda música, “Anonymous”, é pesada, uma verdadeira paulada. O baterista Ernie Topran é o destaque e martela a bateria furiosamente! Como ele consegue manter esse ritmo durante um show ao vivo deve ser uma façanha de se ver! Já de cara se tornou a minha favorita do trabalho.
A faixa título “Mosaic” começa suavemente e depois galopa em um conjunto de riffs e bateria ao num estilo que lembra o Iron Maiden, antes de assumir sua própria identidade com alguns riffs de guitarra balançando a sua cabeça.
Os vocais realmente se destacam aqui e ao longo do álbum. Poderosamente entregues por Matt Smith, os vocais são capazes de transmitir emoção, mas ainda assim lidar com todos os estereótipos vocais do rock tradicionalmente esperados.
As próximas 4 músicas, “Sinsidious (Dogs Of War)”, “Return To Dust”, “The Sixth Great Extinction” e “Deified”, todas seguem um formato semelhante de riffs e solos de Jonathan Hinds e Taylor Washington, bateria pesada, baixo sólido de Jared Oldham e vocais mais fantásticos de Matt Smith. Mostrando uma qualidade impressionante dos músicos.
Nem todas soam iguais, longe disso. Cada uma delas tem sua própria identidade. Houve até um momento ocasional que me fez pensar no Rush com esteroides!! Na verdade, o único “problema” é escolher uma favorita, pois todos elas são muito, muito boas!
Na oitava música o ritmo desacelera dramaticamente com “The Greatest Hope”. Agora, enquanto musicalmente entra no território das baladas rock, liricamente a música é muito mais. Ao lidar com a perda, tenho certeza de que alguns encontrarão grande consolo no que não é apenas uma peça musical magnífica e bem elaborada, mas também a primeira de três canções realmente perfeitas. Aqui a emoção toma conta, um ótimo momento do álbum.
Depois da calmaria, aquela que vem antes da tempestade (risos), atrai você antes que o verdadeiro trovão rebente. Sim, você leu certo, o que já é um álbum pesado e em expansão está apenas esquentando e depois dessa breve pausa emocional, agora somos atingidos pelas duas músicas finais.
A primeira delas, “Liar, Fool, Or Messiah”, que soa amplamente, lembrando um encontro entre Iron Maiden e Metallica, mas como liricamente ela faz perguntas maduras, a música também ,como a anterior “Mosaic”, se apodera de sua própria identidade e absolutamente não desiste. Indiscutivelmente, é um dos destaques do álbum.
O fechamento do álbum “Red Sea” é um épico titânico e extenso de 19 minutos. Mas não é cansativa, ela prende sua atenção com uma seção de abertura esmagadora que define o cenário, as letras tiradas diretamente do manual de Ronnie James Dio, Iron Maiden ou Manowar, e isso é bom, muito bom!
Tenho que admitir que o Theocracy não estava no meu radar antes, conhecia pouca coisa da banda, claro que fui “estudar” a banda. Com “Mosaic” isso mudou. Este trabalho representa qualidade, requinte de composição e músicas de primeira classe que sempre encontram o ponto ideal entre padrões progressivos e momentos melódicos. Na verdade, só podemos curtir o álbum e acho que ouviremos (e esperamos ver) muito mais desta banda no futuro.
Músicas
1- Flicker
2- Anonymous
3- Mosaic
4- Sinsidious (The Dogs Of War)
5- Return To Dust
6- The Sixth Great Extinction
7- Deified
8- The Greatest Hope
9- Liar, Fool, Or Messiah
10- Red Sea
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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