Entrevista Exclusiva com o guitarrista RAFAEL MOREIRA (Paul Stanley’s Soul Station, Magnetico)!

Entrevista Exclusiva com o guitarrista RAFAEL MOREIRA (Paul Stanley’s Soul Station, Magnetico)!

June 20, 2021 0 By Geraldo Andrade

Tivemos a honra de conversar com o grande guitarrista brasileiro radicado nos Estados Unidos, RAFAEL MOREIRA, que além de ter em seu currículo participações nas bandas de apoio dos maiores programas televisivos dos Estados Unidos e com grandes artistas como a cantora Pink, recentemente gravou o álbum do projeto solo do vocalista e guitarrista do KISS, Paul Stanley’s Soul Station. Confira!

A carreira do músico brasileiro Rafael Moreira é realmente impressionante, já fez parte das bandas de apoio dos mais famosos programas da televisão americana como American Idol, The Voice, “Rock Star: INXS” e “Rock Star: Supernova”, que contava nada menos com Tommy Lee (Motley Crue), Jason Newsted (Metallica) e Gilby Clarke (Guns n’ Roses) a procura de um vocalista, além de tocar com grandes estrelas do rock como Pink, Steven Tyler (Aerosmith), Paul Stanley do Kiss (só para falar alguns), e ter sua carreira solo com três discos lançados, “Acid Guitar”, sob o seu nome, e como frontman do MAGNETICO, que já conta com dois discos lançados e muitos shows. Mais recentemente Rafael gravou o disco do projeto solo de soul music do vocalista do Kiss, Paul Stanley’s Soul Station e contou tudo pra Revista Freak em uma entrevista exclusiva. Check it out!

entrevista rafael moreira

Foto Divulgação Oficial Rafael Moreira

Eduardo: Primeiro queria agradecer por você trocar essa ideia com a gente, muito obrigado! 

Rafael Moreira: Obrigado a vocês. O prazer é meu!

Eduardo: É um orgulho pra nós brasileiros ter um representante no nível que você chegou, pode contar um pouco da tua trajetória? Como você parou nos Estados Unidos?

Rafael: Eu comecei a tocar com 6 anos de idade. Minha mãe é pianista e compositora e desde pequeno a gente ja fazia parte disso. Eu e meus irmãos desde muito cedo começamos a gostar de rock n’ roll, Rolling Stones, coisas assim que nossos primos escutavam. A partir daí decidimos que queríamos tocar! Meu irmão mais velho queria tocar batera, o outro baixo, e eu fui pra guitarra e já meio que sabia o que eu queria ser, mesmo sem saber o que seria ser um músico. Existem várias maneiras de você ser músico, tantos estilos musicais… você pode tocar suas músicas, fazer turnês com alguém, é muito vasto! A gente não consegue ver lá na frente o que vai ser com 6 anos, mas comecei ali! Fui tocando com meus irmãos em feiras lá no interior do Paraná e fomos indo. Ganhamos um festival e eu não podia participar pela idade, mas eu escrevia as músicas, já tinha um dom de criar riffs, tinha uma noção de arranjos, do pre-chorus, de como a música vai de A até B. Eu gostava de tocar guitarra, queria tocar bem, curtia o virtuosismo. Eu comecei pelo rock inglês e também o Kiss, um pouco de Janis Joplin, e depois, muitas coisas dessas voltaram na minha vida, tocando com a Pink, Paul Stanley, conhecendo o Keith Richards… Depois de tocar com meus irmãos e fazer as noites do rock com os amigos, isso vai te preparando para coisas mais pesadas, você fica mais tranquilo para tudo isso que vai acontecendo. Quando fui morar em Curitiba encontrei muita gente para tocar, e depois de várias bandas locais, tocar muito com meus amigos e com meus irmãos, era isso…

Foto Rafael Moreira

Gema: Minha história vai bem de encontro com a sua, família de músicos, mas qual é a sensação de estar tocando com seus ídolos?

Rafael Moreira: É uma coisa difícil de explicar, acho que eu tenho muita sorte, a gente quer fazer… todo mundo sonha e todo mundo quer, mas a gente não escolhe o resultado, a gente escolhe a trajetória, você tem que estar no lugar certo, na hora certa, é um momento, a gente tem que se colocar na situação de estar lá, de perdas, de dores, para ter conquistas. Eu já estive no palco com muita gente legal e ter a “validação” de alguém que você cresceu escutando, como em Wembley, o Brian May chegar e dizer que curtiu você tocando, são coisas que você vê que está no caminho certo, porque tem muita coisa difícil, te puxando pra baixo, temos que continuar caminhando para poder ter essas experiências e estar no lado de alguém que a gente admira, mas a gente adora sem conhecer, né? As vezes não é como pensamos.

Eu adorei tocar com o Paul Stanley, é um cara legal pra caramba, gente fina demais. Sempre adorei tocar com ele, tocar Kiss, porque eu me sinto um cara dessa escola, Ace Frehley, aprendi demais com ele, se ele chamar outro para tocar, está tudo bem, já fiz meu DVD com ele, um álbum, sem pedir, sem forçar nada, respeito muito ele.

entrevista rafael moreira

Foto Rafael Moreira e Paul Stanley

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Foto Rafael Moreira e Paul Stanley

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Foto Rafael Moreira e Paul Stanley

Gema: O álbum da Soul Station,  você participou do processo de criação? E como é tocar com o Eric Singer?

Rafael Moreira: O Paul escreveu algumas músicas originais para o disco. Eu recomendei um amigo meu italiano para fazer a direção musical do Paul porque é um cara experiente e bom para estar ao lado do Paul para fazer soul music, e eu podia ficar mais solto para fazer o que eu gosto. Quando o Paul escreve as músicas, a gente chega no estúdio e recebe os acordes, não tem partes, cada um fazia a sua, cria na hora, em 1 ou dois takes e acabou, tá pronto! Essa galera já sabe e tem a experiência do bom senso, no que precisa ser tocado, fica fácil de você tocar. Geralmente você não vai receber os créditos de songwriter naquela música, mas ninguém criou para você. Vem um pouco de todo mundo. O processo é criativo de todos, de confiança com o Paul, já vem acontecendo há uns 5 anos, tocamos bastante, fizemos turnê no Japão e decidimos fazer um disco. O Paul tinha umas músicas originais e cada um contribuiu um pouco. E tocar com o Eric é muito legal, ele é um brother, é meu vizinho, conheço ele há muitos anos, quando eu estava tocando com o Paul na turnê do DVD onde tocamos os clássicos do Kiss com a banda do RockStar. Fizemos o INXS procurando vocalista e depois o Supernova com o Jason Newsted, Tommy Lee e Gilby Clarke. O Paul assistiu o show e adorou a banda, aí recebemos a ligação do Doc McGhee e tal…

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Eduardo: Eu vi todos esses programas do Supernova, foi ali que eu soube que o guitarrista era brasileiro e depois já emendou com o Paul Stanley, você participou do disco ‘Live To Win’ também?

Rafael Moreira: Para ser sincero, eu nem sabia que o Paul estava lançando um disco solo novo, eu já conhecia o Eric, as vezes eu ia no ensaio do Kiss e a coisa foi acontecendo, os caras gostam de mim, me sinto em casa!

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Foto Rafael Moreira e Paul Stanley

Eduardo: E essa banda Supernova também era legal, Tommy Lee, todos eles… e a banda de vocês era impressionante!

Rafael: Foi meio que a escolhido a dedo, mas para um trio acho que teria que ter um cara de peso, e o Gilby era mais base, acho que na segunda temporada deviam ter colocado tipo um Slash. Eu sou amigo do Tommy há muitos anos, por causa da Pink. Ele gravou uma música com ela e a gente falava muito do disco do Motley com o John Corabi. O cara é muito gente fina! Depois nos conectamos de novo por causa do Supernova. Esse show foi muito bom para mim, na época estava tocando com a Pink fazia uns 5 anos, foi um grande trabalho para mim e eu consegui trazer um pouco do rock para tocar com ela, não tinha dançarina no meio, era rock n’ roll, do jeito dela, mas rock, e uma banda meio “dysfunctional”, com a baixista do L7, o batera e tecladista mais R&B, incríveis, fiquei muito amigo de todos!

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Foto Rafael Moreira e Tommy Lee

Eduardo: Você tocou com o Steven Tyler do Aerosmith, né?

Rafael: A história com o Aerosmith é legal! Quando fui fazer a audição com a Pink ela não queria um cara, ela queria uma menina pra guitarra e eu era o único homem, eu cheguei de  carro e ela passou, eu não sabia que ela iria passar por ali e na minha camionete tinha um monte de coisas, skate, coisas de futebol, prancha de surf, eu gosto de muitas coisas, eu acho que ela deu uma olhada! Ela gosta dessas coisas, tem pista de skate em casa… é o que a gente chama de “tomboy”, uma menina que não é frágil, então ela gosta. Quando fui fazer a audição, as coisas estavam muito sintéticas e eu resolvi “descer a mão”, fazer um som pesado e acabei entrando. O primeiro show foi um tributo ao Aerosmith na VH1, tocamos “Janie’s Got A Gun” e aí começou esse lance da Pink com Steven Tyler. Ele gravou uma música no disco e aparecia em shows para tocar com a gente. Um cara nota 10, super legal, muito bom cantor e gente fina! Com a Pink tive chances de tocar com Richie Sambora, toquei com Slash, inclusive tenho a foto. Falei pra Pink trazer o Slash para o nosso camarim, ele chegou e eu estava de cueca, tirei uma foto de cueca com ele e com a Pink!

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Foto Rafael Moreira na final da Copa Libertadores de 2013

Gegê: Tocou com o Ace Frehley?

Rafael Moreira: Não, não cheguei a tocar com ele. A gente se conheceu no último Kiss Kruise que toquei com o Magnético, acho que em 2019, ele foi super legal comigo! Meu tech me chamou para subir no lounge, onde os artista ficam, e o Ace estava jogando ping-pong, eu sou viciado em ping-pong e fui jogar com ele. 

Eduardo: Surreal jogar ping-pong com o Ace!!

Rafael Moreira: Consegui chegar em um patamar que eu entendo que todos são pessoas e hoje em dia está ficando mais tranquilo.

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Foto Rafael Moreira e Ace Frehley

Eduardo: Você falou da sua banda Magnético, como está esse projeto?

Rafel Moreira: Eu não estou pressionando muito, porque estou fazendo música há 40 anos, meu negócio é continuar criando. Lancei dois 2 discos com a banda e a gente fez bons shows abrindo para o Kings X, Steel Panther, Kiss, fizemos 4 Kiss Kruise com grandes bandas como Darkness, Skid Row, Bruce Kullick, Ace Frehley e o o Kiss obviamente estava em todas.  Eu criei o Magnético para realizar o sonho ter uma banda de rock e metal que eu sempre gostei e não tinha a chance de tocar nos trabalhos que eu estava fazendo. Toco em tempos de folga. Os caras da banda são bons, cada um com a sua formação musical. Fiz shows na Europa, na Ásia… eu curto fazer… é aquele lance de criar, ser um pouco cientista, fazer o som que você gosta é o mais importante.

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Foto Rafael Moreira com a banda Magnético

Eduardo: Sei que estamos nessa pandemia, mas algum plano futuro?

Rafael Moreira: No momento não tenho uma resposta! Lancei o disco com o Paul e ele tem a a turnê de despedida do Kiss, mas ele está muito afim de fazer uma tour, porque é um som que ele gosta, tem a ver com ele no momento. Se isso der certo eu vou fazer com ele, o que já é uma coisa legal! 

Gegê: Queremos ver você tocando, está feito o convite para vir ao Rio Grande do Sul!

Rafael Moreira: Eu gostaria muito de tocar em Porto Alegre, outras cidades aí no sul, poder fazer uma masterclass e falar de coisas que realmente importam, ajudar a galera que está começando, que tem sonhos e precisa entender coisas pequenas mas importantes, preparar a galera, eu adoro fazer isso! Se der certo, um dia vou programar alguma coisa, fazer um show em um bar legal, gostaria muito de fazer isso! 

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Foto Divulgação Rafael Moreira

Eduardo: Eu gostaria de te parabenizar pela sua trajetória, é admirável a tua carreira, te agradecer novamente e desejar todo sucesso pra você!

Rafael Moreira: Muito obrigado. Foi um prazer, estamos juntos nessa caminhada! 

Assista a entrevista na íntegra abaixo:

Confira mais fotos de Rafael Moreira:

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Confira alguns Vídeos de Rafael Moreira:

Discografia

“Acid Guitar 

Rafael Moreira

2005

“Death Race”

Magnético

2016

“Songs About the World  

Magnético

2009

“Now And Then

Paul Stanley’s Soul Station

2021

“Pink: Live in Europe 

P!nk

2006

“I’m Not Dead

P!nk

2006

“Casa Mendoza”

Marco Mendoza

2010

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One Live Kiss” (DVD)

Paul Stanley

2008

“Il Mondo Che Vorrei”

Vasco Rossi

2008

Hadou

Koshi Inaba

2010

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“Ecos do Acaso e Casos de Caos

Jay Vaquer

2018

marcelo gema

Gema

Gema. 46 anos dos quais 32 foram consumindo e tocando Rock n Roll.
Baterista, de bandas da cena de são Paulo e agora fazendo rock n roll na Espanha com a banda THE ROCK MEMORY.

eduardo rod

Edu Rod
Designer e músico apaixonado por arte e rock n’roll. Gaúcho de Porto Alegre, já morou em São Paulo, Nova York e atualmente reside em Madri, na Espanha. Em seu currículo como músico tem passagem como baixista das bandas Rosa Tattooada (Porto Alegre), Jungle Junkies (NY) e Monodrive (SP).

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