Entrevista Exclusiva com o guitarrista DIOGO MAFRA (Edu Falaschi, Almah)!

Entrevista Exclusiva com o guitarrista DIOGO MAFRA (Edu Falaschi, Almah)!

December 18, 2021 0 By Geraldo Andrade

Tivemos a honra de conversar com o guitarrista DIOGO MAFRA, que contou sobre sua carreira e a experiência de tocar com o  vocalista Edu Falaschi e com a banda Almah, além de falar do aclamado álbum Vera Cruz (Edu Falaschi) lançado recentemente.

Atualmente ótimos guitarristas brasileiros destacam-se no cenário mundial dentro do heavy metal, e DIOGO MAFRA é um deles. Contando em seu currículo com participação em bandas como Dynahead, Almah e Edu Falaschi, além de sua carreira como criador do treinamento de Performance Artística e Carreira Musical PERFORMANCE DE IMPACTO, Diogo já tem muitas histórias para contar.  Fomos conhecer um pouco melhor esse guitarrista que tem sido uma das maiores revelações da guitarra atualmente no Brasil.

Foto Crédito: Divulgação

Gema: Como começou a sua carreira?

Diogo Mafra: Com 17 anos eu comecei a ter vontade de tocar um instrumento, falei pro meu pai que queria tocar bateria e me sugeriu a guitarra porque tinha volume pra baixar, eu topei e acabei me apaixonando. Assim que comecei a tocar guitarra, decidi que era o que queria fazer pro resto da vida. Eu estava naquela época de vestibular e não sabia o que fazer, eu gostava de surfar, nadar, pensei em algo relacionado a isso, educação física, mas quando bateu o clique da música eu tomei a decisão e foi interessante porque eu comecei relativamente tarde, com 17 anos, mas comecei levando a sério, procurei um professor e me dediquei. Eu sou primo do Alírio Netto (Shaman) e nessa época ele voltou do Mexico para o Brasil, passou um tempo em Floripa e a gente se reaproximou. Um dia ele me perguntou se eu realmente queria levar a guitarra a sério e me convidou para ir pra Brasília, onde ele morava e iria me ajudar. Levou uns meses até eu me mudar pra lá, mas fui e comecei a trabalhar na recepção da Escola de música do Marcelo Barbosa (Angra) e sabendo que eu estava levando a guitarra a sério, me ofereceu uma bolsa pra fazer aula com ele. Na minha cabeça eu achava que era dedicado e lá eu descobri que o buraco era mais embaixo. Um dia teve um churrasco na casa de um professor da escola e eu fui, tava lá o dia inteiro e o Barbosa chegou quase 7 da noite, como a gente estava muito próximo, eu perguntei por que ele havia chegado tarde e ele me falou que tinha umas coisas pra fazer. Uma semana depois teria uma apresentação dos alunos da escola e eu iria tocar uma música instrumental e o Barbosa nessa hora me perguntou como estava a música que eu iria tocar, respondi que tava legal, mas tinha ainda umas partes que melhorar, ele me olhou e perguntou “E você está aqui?”, foi aí que a ficha caiu, porque a minha prioridade não era curtir com os amigos, era ser músico, e ele ainda completou, “Se eu fosse você e a música não estivesse 100%, eu não estaria aqui!”, esse tipo de mentalidade eu não tinha entendido ainda, nesse dia que a ficha caiu, a partir daquele momento eu comecei a me dedicar de um jeito diferente! 

Foto Crédito: Divulgação

Gegê: E como foi a entrada no Almah?

Diogo Mafra: Eu já gostava muito do Almah, eu era próximo do Barbosa e acompanhei todo o processo. Eu lembro quando o Edu criou a banda, ele chamou o Edu Ardanuy, que chegou a ser do Almah. Eles fizeram acho que alguns shows, mas decidiu que não era bem a praia dele e indicou o Barbosa, que tinha mais a ver com o estilo, eu acompanhei tudo isso de perto. Eu sempre fui fã da banda, eu lembro que eu estava ouvindo o disco no carro, parei para abastecer e mandei uma mensagem pro Barbosa elogiando um monte, e ele me disse que o outro guitarrista tinha saído e poderia me indicar pra fazer um teste. Eu pirei e um dia ele me ligou dizendo que eu tinha que enviar um vídeo tocando duas músicas, eu escolhi duas de épocas diferentes e todo o tempo livre que que tinha eu só estudava, era a oportunidade da minha vida, entreguei os vídeos antes do combinado pra enviar uma mensagem subliminar que eu não estava de brincadeira, pros caras entenderem que eu estava levando a sério. O Barbosa até me falou que os caras iriam escutar depois, mas tudo bem, eu não queria provar nada pra ninguém, era pra mim, pra eu ter certeza que tinha dado o meu máximo. Eles ouviram uma galera e decidiram me colocar na banda, foi assim a história.

Foto Crédito: Divulgação 

Gema: E como é trabalhar com o Edu Falaschi?

Diogo Mafra: Cara, é impressionante porque é muito de boa! O Edu é muito tranquilo, não tem tempo ruim, mas é claro que tem que fazer o seu trabalho, tem que ser profissional! O bom é que todo mundo que toca com ele é profissional de verdade, então não tem problema. A primeira vez que a gente foi fazer o show do projeto solo dele, a gente teve um mês pra tirar 26 músicas do Angra, a gente se conheceu pessoalmente dentro do estúdio no primeiro ensaio e teve dois ensaios antes de turnê começar. Imagina se tem um que é meio vagabundo, que vem com desculpinha, fode o projeto todo, imagina o risco? Mas chegamos no ensaio e tudo deu certo porque todo mundo era sério. Foi engraçado porque o Edu canta mesmo no último ensaio pra não desgastar muito a voz e tem muita coisa nesse estilo de som que é instrumental, a gente que tem que resolver e deixar tudo cravado, mas rolou rápido e o Edu é muito tranquilo, inclusive é massa na parte de composição que ele é muito aberto a ideias, ele pede, pergunta, manda coisas que ele criou pra gente dar uma ouvida e realmente aceita os feedbacks, quer a opinião de todos.

Foto Crédito: Divulgação 

Gema: E o Aquiles?

Diogo Mafra: O Aquiles é extraordinário! Recentemente eu fiz uma turnê de gestão de carreira e marketing musical com ele. Fizemos uns workshops ensinando como a gente faz.  Eu inclusive tenho uma mentoria para músicos profissionais. Ele não fazia esse tipo de trabalho, mas ele é um cara que sabe muito do mercado de marketing, ele é tipo um gênio! Como eu já tinha esse projeto de mentoria, sempre quis fazer uns workshops com o Aquiles do lado, sabia que ia explodir a cabeça, inclusive a minha, e consegui fazer isso! Durante essa turnê ele contou muitas histórias de como ele lida com as coisas, tanto na parte de marketing, quanto no contato com as pessoas, com a galera com quem ele trabalha, e também falou muito sobre como ele se dedica. Quando ele começa a contar as coisas que ele faz, aí você entende porque ele é esse músico extraordinário. 

Foto Crédito: Divulgação 

Eduardo: E o disco novo, “Vera Cruz”?

Diogo Mafra: Tá foda, a repercussão foi bem absurda! Foi bem orquestrado lançamento. O Edu e o empresário fizeram um trampo de criar uma expectativa que foi surreal, quando lançou tava todo mundo doido e a repercussão foi muito mais poderosa do que eu esperava. Todo mundo pirou, logo nas primeiras semanas ficou entre os primeiros em venda da Amazon Japão, foi muito massa, agora quero ver tocar aquilo ao vivo!  

Eduardo: E já tem planos de turnê?

Diogo Mafra: Se tudo continuar bem, a gente começa a tocar no primeiro semestre do ano que vem! Tudo vai depender desse fluxo da pandemia, mas a ideia é essa. Já era para ter entrado em turnê em setembro ou outubro, mas não deu.

Foto Crédito: Divulgação

Gegê: Fala um pouco sobre ser mentor de músicos profissionais.

Diogo Mafra: Eu tenho um lado professor muito forte! Desde que eu comecei a tocar melhor, eu comecei a dar aula e eu gosto muito mesmo. É algo que me motiva pra caramba e de uns tempos pra cá eu venho falando mais sobre essas coisas de ajudar as pessoas na carreira musical. Eu falava muito sobre performance de palco, que eu vejo que as pessoas elogiam esse meu lado e eu sei que isso é poderoso, um show não é só um show de música, é entretenimento, é uma experiência, e eu desenvolvi muito esse meu lado, tem gente que acha que isso é natural meu, mas tem técnica envolvida, eu estudei neurociência, e tem coisas que eu uso ali de propósito para trazer mais emoção para as pessoas, um show é um negócio emocional e tem algumas coisas de neurociência que você pode usar em cima do palco que você aumenta o nível de emoção das pessoas e eu uso isso como técnica, com coisas que eu estudei, não é algo natural, e aí comecei a ensinar um pouco disso e vi que a galera curtia e comecei a ficar motivado com essa parada. Depois comecei a entrar um pouco no lado mais abrangente da carreira musical porque eu via que muitas pessoas que tocavam pra caralho, com uma puta qualidade musical, com um produto foda, não sabiam vender, fazer marketing, não conseguiam cobrar um cachê melhor que o concorrente que é muito pior musicalmente, e nada de errado, o mercado é assim né? Só que eu sei, por todas as coisas que eu já vivencie, já estudei, que não é uma questão de qualidade, é um produto, o McDonalds certamente não é o melhor hamburguer, então por que é o que mais vende? É mais ou menos isso.

Eu comecei a ensinar um pouco disso também e fiquei motivado e como tenho esse meu lado professor, criei uma mentoria minha. Fiz uns stories no Instagram perguntando quem teria interesse em fazer uma mentoria comigo, fechei a primeira turma e adorei. Eu transmito a minha experiência, as técnicas que eu estudo para aumentar o valor agregado, começou a dar resultado e transformei em algo mais forte, tá sendo muito massa.

Eduardo: É admirável ver a qualidade e o profissionalismo dos músicos brasileiros atuais. Realmente transmite isso pro público.

Diogo Mafra: A ideia é transmitir mesmo, eu tive meus mentores, o Barbosa foi um, aprendi muito com ele e com vários outros caras que tinham mais experiência que eu, mas antigamente não tinha mentoria sobre isso, não tinha curso online, nem livro sobre isso, tinha sobre negócios, mas não ajustado ao mercado musical, agora com a internet a gente pode transmitir isso pras pessoas e eu acho do caralho, é um trabalho que me motiva bastante, eu adoro fazer!

Foto Crédito: Divulgação 

Eduardo: Queria te agradecer novamente por trocar essa ideia com a gente e te desejar muito sucesso.

Diogo Mafra: Eu que agradeço pelo espaço e seguimos em frente com essas doideiras do mercado musical, espero que em breve tocando ao vivo também, valeu!

Assista a entrevista na íntegra abaixo:

Confira vídeos:

Discografia:

diogo mafra discografia

Vera Cruz”

Edu Falaschi

2021

diogo mafra discografia

Temple Of Shadows In Concert – Ao Vivo” 

Edu Falaschi

2020

diogo mafra discografia

The Glory of Sacred Truth

Edu Falaschi

2018

diogo mafra discografia

Ballads

Edu Falaschi

2017

diogo mafra discografia

E.V.O 

Almah

2016

marcelo gema

Gema

Gema. 46 anos dos quais 32 foram consumindo e tocando Rock n Roll.
Baterista, de bandas da cena de são Paulo e agora fazendo rock n roll na Espanha com a banda THE ROCK MEMORY.

eduardo rod

Edu Rod
Designer e músico apaixonado por arte e rock n’roll. Gaúcho de Porto Alegre, já morou em São Paulo, Nova York e atualmente reside em Madri, na Espanha. Em seu currículo como músico tem passagem como baixista das bandas Rosa Tattooada (Porto Alegre), Jungle Junkies (NY) e Monodrive (SP).

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