Entrevista: DANI NOLDEN, vocalista da banda ‘Shadowside’ fala sobre o sucesso no exterior, tour no Brasil e muito mais!

Entrevista: DANI NOLDEN, vocalista da banda ‘Shadowside’ fala sobre o sucesso no exterior, tour no Brasil e muito mais!

July 7, 2019 1 By Geraldo Andrade

Ela é vocal de um dos maiores nomes do metal brasileiro, a banda SHADOWSIDE, que vive o seu melhor momento na carreira, com o álbum “Shades of Humanity” Recentemente fizeram 29 shows com o Anvil, nos EUA e agora vive uma grande expectativa de tocar no Brasil, no mês de Julho. Conversamos com Dani Nolden, que nos falou de tudo isso e muito mais!

Entrevista Dani Nolden Shadowside

Antes de começar a nossa conversa, quero agradecer, em nome da Revista Freak, por conceder-nos essa entrevista:

Eu que agradeço pelo espaço!

Como foi e está sendo a aceitação do público no Brasil e exterior, do álbum “Shades of Humanity”?

A aceitação tem sido excelente! O Shades of Humanity é um álbum feito de uma forma completamente espontânea, nós fizemos tudo aquilo que gostamos e que achamos interessante. Foi um processo de composição com liberdade total pra todo mundo da banda criar. Quando o público curte um trabalho que reflete tanto a nossa identidade, tudo isso fica ainda mais especial!

O álbum foi produzido no estúdio Fredman, na Suécia?

Sim, isso mesmo. Nós já havíamos trabalhado com o Fredrik Nordström no álbum anterior ao Shades of Humanity, e a parceria com ele fluiu muito bem. Ele sabe exatamente como tirar o melhor som e a melhor performance dos músicos, além de ser ótimo pra orientar a composição sem alterar o direcionamento que queremos seguir. Ele faz com que a banda alcance o melhor possível naquele momento, sem alterar nossa identidade.

Entrevista Dani Nolden Shadowside

Podemos dizer que esse é o melhor trabalho da banda até o momento?

Sim, sem dúvida! É claro que eu sou suspeita (risos). Mas considero o Shades of Humanity o nosso álbum mais maduro, e ele é a mistura de tudo que eu gosto em heavy metal: são melodias fortes, letras com temas aprofundados, talvez até um pouco polêmicos, e riffs de guitarra pesados e intensos.

Esse álbum marcou a estreia do baixista Magnus Rosén, que entrou na banda em 2015. Como foi a adaptação de Magnus na banda? Agora podemos dizer que ele é um membro definitivo da banda?

Sim, o Magnus é um membro efetivo. Nosso primeiro contato com ele foi com a intenção de chama-lo pra gravar, mas nos entendemos tão bem musicalmente que fazer o convite para que ele fosse membro da banda foi uma consequência natural. O Magnus é muito tranquilo, é impossível brigar com ele (risos). Ele está sempre com um sorriso no rosto e procura fazer com que todos se sintam bem, além de ser, na minha opinião, um dos melhores baixistas de heavy metal do mundo. Ele acrescentou muito ao Shadowside.

Entrevista Dani Nolden Shadowside

Outra atração do álbum é o guitarrista do ANDY LA ROCQUE. Como foi a participação dele?

Andy La Rocque é amigo do Magnus. Eles tinham algumas músicas que ainda não estavam lançadas, e o Magnus perguntou se nós gostaríamos de gravá-las. Nós gravamos duas, as faixas Unreality e Haunted, e o Andy gravou um solo de guitarra na Unreality.

A capa de “Shades of Humanity” é outra coisa que chama a atenção. De quem é a arte?

A arte é do Douglas Jen, da Furia Music. A capa demonstra o clima carregado das letras, e a ideia foi criar uma representação das várias faces das pessoas. Os desenhos rabiscados e “inacabados” são um símbolo de que todos são imperfeitos e nunca estamos completos. E os rostos são nossos, porque somos tão imperfeitos quanto todos os seres humanos.

Vocês fizeram uma tour nos EUA, com o Anvil. Conte para nós como foi essa tour?  Foram 29 shows? E foi a estreia do Magnus em tour?

Isso mesmo! A tour foi uma loucura (risos). Nunca havíamos ensaiado com o Magnus, então o plano era ensaiar uma única vez em Nova York, um dia antes do primeiro show. Só que eu fiquei doente uma semana antes de viajarmos, e antes da viagem sempre temos inúmeros problemas de última hora pra resolver relacionados à turnê, e eu fiquei mais de 24 horas sem dormir. Cheguei completamente exausta e rouca, então não pude ensaiar com os rapazes. O Magnus estava preocupado, porque ele usa muito a voz para saber onde está na música. O Fabio e o Raphael já estavam mais que acostumados a tocar juntos, mas tudo era novo para o Magnus, e nosso primeiro ensaio acabou sendo em cima do palco, no primeiro show… e foi fenomenal. Logo após o show, ele falou “legal! Agora sei que somos uma banda matadora ao vivo!” (risos)

Foi uma tour muito cansativa pra mim, porque eu estava conciliando os shows com estudos. Tivemos alguns acidentes e idas ao hospital por algumas quase fraturas: chute em uma cerca fugindo de barata, queda do palco… (risos). Mas nada disso tirou o brilho dos shows. O público nos Estados Unidos é sempre pequeno para bandas que não são gigantes, mas é sempre também muito intenso, apaixonado pelo som.

Entrevista Dani Nolden Shadowside

Agora em julho, a tour de “Shades of Humanity”, chega ao Brasil. Qual a expectativa para os três shows marcados no nosso país?

A expectativa é a melhor possível! Já faz anos que não tocamos no Brasil, que é a nossa casa! Estamos ansiosos! O show vai ser baseado no Shades of Humanity, mas também vamos tocar algumas das músicas antigas que o pessoal sempre pede. E quem perder… vai saber quando vai ter outra chance!

A banda lança um álbum fantástico, um dos mais vendidos no Brasil, possui um número enorme de fãs. Na sua opinião, porque a banda toca tão pouco em solo brasileiro?

É muito difícil tocar por aqui. Financeiramente, não é viável. Estamos fazendo esses três shows porque queremos fazer, estamos correndo o risco por nós e pelos fãs que pedem. O prejuízo é praticamente certo, e se for grande, dificilmente vamos querer correr o risco de novo. Parece clichê para agradar o público, mas não é… a verdade é que hoje, só fazemos shows no Brasil por pura gratidão ao público que nos apoia, e vamos fazer esses 3 shows porque não aceitamos não tocar na nossa casa com o melhor álbum da nossa carreira. 

Entrevista Dani Nolden Shadowside

Recentemente foi lançado um Lyric Video da faixa “The Fall” que traz imagens da tour norte-americana de 2018. Fale um pouco sobre ele?

The Fall é uma das faixas favoritas dos fãs e da banda também. Nós gostamos muito de tocar essa música ao vivo, a energia dela é incrível em cima do palco. Então pensamos em fazer um lyric video dela e colocar essas imagens da turnê, já que é no show que essa música realmente ganha vida.

Quando teremos o sucessor de “Shades of Humanity”?

Ainda não temos uma previsão. Estamos trabalhando em coisas novas, mas não temos ainda um plano definido para o próximo álbum.

Depois desses shows no Brasil, quais os planos para o restante de 2019?

Se possível, vamos fazer mais alguns shows! Além disso, vamos continuar trabalhando em material novo.

O que a Dani anda ouvindo hoje em dia?

Eu ando ouvindo Disturbed, System of a Down, coisas assim… além dos meus velhos favoritos, como Guns n’ Roses, que sempre que aparecem na playlist me fazem ouvir a discografia inteira (risos).

Entrevista Dani Nolden Shadowside

Recentemente perdemos um dos melhores vocalistas do mundo Andre Matos. O que você poderia falar de Andre e a importância dele para o metal brasileiro e mundial?

Olha… ainda não digeri isso. Não parece real… ainda não “entendi” que é real. A importância dele para o metal brasileiro e mundial é evidente pra todo mundo… ele sempre vai ser o ícone do heavy metal brasileiro. Não tem o que falar do talento dele. Ele foi responsável pelo início de grande parte das bandas do Brasil, inclusive a Shadowside, porque ele não só era uma influência pra todos, mas ele também incentivava. Ele sempre foi muito educado, muito gentil, muito simples. Quando eu era uma adolescente, começando minha carreira, abrimos um show para o Shaman. À época, nós tocávamos Painkiller, do Judas Priest, e eles também… então, como eles tocariam, nós não tocamos. O Andre me convidou pra cantar com eles. Eu era uma menina qualquer, ele não me conhecia, não tinha qualquer obrigação de fazer isso… mas fez. Ele é um exemplo a ser seguido, tanto como músico quanto como ser humano.

Um recado para os fãs e leitores da Revista Freak:

Antes de qualquer coisa, obrigada a todos pelo apoio! Espero vê-los nos shows! Serão nos dias 5 de julho em Santos/SP, 6 de julho em Maria da Fé/MG e 7 de julho em São Paulo/SP, faremos meet and greet com todos os presentes, e vai ser um show pra bater cabeça!

Shadowside Brasil Tour

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