Resenha: “Ten” – Mr. Big (2024)
August 24, 2024 0 By Geraldo AndradeCom “Ten”, o Mr. Big consolida seu legado como um dos atos (ao vivo) mais poderosos e respeitados da cena hard rock. O álbum é um canto do cisne, capturando o espírito da banda e deixando os fãs com um testamento duradouro de sua arte, ao mesmo tempo em que verifica instantaneamente suas influências
O Mr. Big é um dos grandes quando se trata de hard rock. A banda foi formada em 1988, teve um grande sucesso com “Lean Into It”, incluindo o clássico “To Be With You”. Após o fim da primeira era em 2002, a banda retornou em 2009 com a formação original. A banda imediatamente se conectou com seu som dos anos 90, mas soou mais animada do que no final da primeira fase.
Infelizmente um golpe do destino atingiu a banda em 2018 quando o baterista Pat Torpey faleceu cedo demais e a banda decidiu embarcar em uma turnê mundial de despedida em 2024. Impressionados com a recepção eufórica que receberam em todas as cidades em que tocaram, o Mr Big decidiu adaptar seus planos. O resultado desse ajuste é o novo álbum chamado “Ten” que, surpresa, surpresa, é o décimo lançamento de estúdio da banda.
Com Nick D’Virgilio na bateria, Mr Big montou uma lista de onze músicas para o álbum que mostra toda a extensão do som característico do quarteto. Rock e blues são as forças motrizes por trás dessas músicas, todas servindo como exemplos requintados de uma música poderosa e carregada de emoção.
O lançamento “final” do Mr. Big abre com “Good Luck Trying”, que tem um groove que lembra Led Zeppelin e um refrão melódico pelo qual o Mr. Big se tornou famoso. Na sequencia temos “I Am You”, que é conduzido pelos vocais melódicos de Martin, com a talentosa guitarra solo e seções rítmicas sáo deixadas em “segundo plano”.
“Right Outta Here” tem uma introdução de guitarra com toques do Oriente Médio, cortesia do “monstro” Paul Gilbert, que tem leve semelhanças com a abertura de “The Writing on the Wall” do Iron Maiden e o material do Led Zeppelin “Houses of the Holy”, coroado por um dos solos mais dramáticos de Gilbert. Já “Sunday Morning Kinda Girl” é uma faixa direta e otimista, com Martin mais uma vez na vanguarda.
“Who We Are” é a primeira balada do álbum, com Martin cantando que “todos tropeçam e caem” e as pessoas “vêm e vão”, mas nós “seguimos em frente” e resistimos, um testamento da resiliência de cada um. Martin garante apaixonadamente ao ouvinte que todos “conseguirão atravessar a escuridão de alguma forma ” porque é isso “quem somos”. Martin transmite mensagens semelhantes ao longo do álbum. Uma música simplesmente linda e emocionante.
“As Good as It Gets” lembra o Rush de 1980 e mostra a perspicácia e a criatividade de Gilbert, especialmente seu costumeiro toque no braço da guitarra. “What Were You Thinking” é uma música rápida que inclui, sem dúvida, o melhor solo de Gilbert no disco.
“Courageous” fala sobre expandir os limites e a independência de alguém, encorajando o ouvinte a “sair” de sua “concha”. A letra é um reflexo dos sentimentos de Gilbert em relação ao disco, muitos dos quais ele declarou serem “sobre estar sobrecarregado com a vida e perceber que você não vencerá muitas das batalhas, mas ainda assim lutar até o fim “.
A minha favorita “Up on You” é um hino impetuoso que abre com a bateria de andamento médio de D’Virgilio; a música remete ao material inicial do Mr. Big de “Lean on It”. A décima e última faixa do álbum é a balada “The Frame”, um belo encerramento para um álbum que estará certamente na lista dos melhores do ano.
Na versão europeia do álbum temos uma faixa bônus, “8 Days On The Road”, que já foi gravada por Howard Tate, Aretha Franklin e Foghat, digna de ser mais do que apenas um bônus.
Com “Ten”, o Mr. Big consolida seu legado como um dos atos (ao vivo) mais poderosos e respeitados da cena hard rock. O álbum é um canto do cisne, capturando o espírito da banda e deixando os fãs com um testamento duradouro de sua arte, ao mesmo tempo em que verifica instantaneamente suas influências.
Músicas
02- I Am You
03- Right Outta Here
04- Sunday Morning Kinda Girl
05- Who We Are
06- As Good As It Gets
07- What Were You Thinking
08. Courageous
09. Up On You
10. The Frame
11. “8 Days On The Road” (Faixa Bônus)
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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Geraldo "Gegê" Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.