Resenha: “Orgy Of The Damned” – Slash (2024)

Resenha: “Orgy Of The Damned” – Slash (2024)

July 1, 2024 0 By Geraldo Andrade

Slash está de volta com “Orgy Of The Damned “, seu primeiro álbum solo sem Myles Kennedy e The Conspirators em quase 14 anos.

Muito parecido com seu lançamento autointitulado de 2010, o álbum traz uma lista repleta de estrelas convidadas, tocando uma série de covers clássicos de blues. As músicas, de nomes como Robert Johnson, Lightnin’ Hopkins, Howlin’ Wolf, Peter Green e Stevie Wonder, entre outros, ganha vida a partir de colaborações que contam com artistas como Brian Johnson, Gary Clark Jr., Iggy Pop, Chris Stapleton e Dorothy, que brilham ao lado de Slash.

Slash usa um recurso conhecido em seu novo álbum, um truque que já rendeu discos multiplatinados como Supernatural (1999) de Santana e que o próprio guitarrista do Guns N’ Roses utilizou em seu primeiro trabalho solo, autointitulado, lançado em 2010: a presença de diversos convidados especiais. O resultado é como o time de convidados: varia entre bons momentos e outros esquecíveis.

“Orgy of the Damned” traz versões para clássicos do blues interpretados por Slash ao lado de nomes como Chris Robinson, Billy Gibbons, Iggy Pop, Paul Rodgers, Brian Johnson e outras vozes lendárias como já tinha citado acima. A ótima Beth Hart não convence muito em “Stormy Monday”, mais gritando do que cantando (risos).

Já Demi Lovato surpreende com uma bela interpretação de “Papa Was a Rolling Stone”, uma das joias do catálogo da Motown. Outros destaques ficam por conta de Chris Robinson em “The Pusher”, hino do Steppenwolf, enquanto Billy Gibbons entrega a classe costumeira em uma inspirada releitura da já batida “Hoochie Coochie Man”. É legal ouvir Brian Johnson totalmente relaxado e claramente se divertindo em “Killing Floor”, ao mesmo tempo em que Paul Rodgers soa burocrático demais em “Born Under a Bad Sign”.

Voltando a falar de Brian Johnson, em minha opinião, ele é a surpresa do álbum com “Killing Floor” (Howlin’ Wolf). Você nunca ouviu Johnson assim. Aparentemente, Slash gostou de como ele cantou no registro mais grave e pediu-lhe para fazer essa música. Parte da beleza deste cover amplificado é a guitarra de Slash e a interpretação da música junto com o vocal de Johnson. É uma jóia, a minha favorita do álbum.

O grande momento de “Orgy of the Damned”, no entanto, está na parceria entre Slash e Chris Stapleton em “Oh Well”, hino da primeira fase do Fleetwood Mac, aqui devidamente revitalizado por uma das melhores vozes da atual geração do country e southern rock dos Estados Unidos.

O disco fecha com a instrumental “Metal Chestnut”, composição inédita de Slash e que apenas amplia a grande função das outras faixas, que é servir de moldura para que o guitarrista voe alto em solos repletos de melodia e feeling. O curioso é que os melhores momentos do álbum estão justamente nas canções em que os convidados, presentes mais como chamarizes do que como protagonistas, mostram suas personalidades e somam forças ao inegável talento de Slash.

“Orgy of the Damned” é um álbum divertido e às vezes irregular como foi o primeiro disco de Slash, aquele lançado em 2010 e mencionado no primeiro parágrafo. Há bons momentos e outros nem tanto, mas esperar mais do que isso do guitarrista a esse altura de sua carreira é acreditar demais em uma utopia que nunca acontecerá.

slash

Músicas

1- The Pusher (feat. Chris Robinson)
2- Crossroads (feat. Gary Clark Jr.)
3- Hoochie Coochie Man (feat. Billy Gibbons)
4- Oh Well (feat. Chris Stapleton)
5- Key to the Highway (feat. Dorothy)
6- Awful Dream (feat. Iggy Pop)
7- Born Under a Bad Sign (feat. Paul Rodgers)
8- Papa Was a Rolling Stone (feat. Demi Lovato)
9- Killing Floor (feat. Brian Johnson)
10- Living for the City (feat. Tash Neal)
11- Stormy Monday (feat. Beth Hart)
12- Metal Chestnut

 

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