Resenha: “ATBPO” – Night Ranger (2021)
September 14, 2021Algumas bandas de rock suavizam seu som a medida que envelhecem, não o Night Ranger, que lançam o 12º álbum da sua carreira, ATBPO, encontrando o equilíbrio certo entre se ater a um som experimentado e expandir seu repertório.
Confesso que conheci o Night Ranger nos anos 80 e por “culpa” de Ozzy Osbourne. Vão me perguntar porque? Após a morte de Randy Rhoads, o “Príncipe das Trevas”, lançou o álbum “Speak of the Devil” e o guitarrista que substitui e muito bem Randy, foi na época, o desconhecido Brad Gillis. Todos na época foram atrás de informações do tal guitarrista, e descobrimos que ele fazia parte de uma banda chamada Night Ranger, o resto é história.
Agora vamos ao presente, pois o Night Ranger, acaba de lançar o primeiro álbum do em quatro anos, “And the Band Played On”, que é uma referência aos desafios de fazer música durante a pandemia, embora reduzir o título do álbum a sua sigla menos memorável seja apenas um de vários aspectos curiosos do álbum.
As três primeiras músicas estão em um molde semelhante a “Don’t Let Up” de 2017, mas faltou a composição, digamos, vintage do Night Ranger.
“Coming for You” é ritmada com um riff poderoso, embora falte alguma melodia nos vocais, mas “Bring it All Hone to Me” é mais leve e muito boa, com seu refrão exuberantemente entregue por Jack Blades.
“Breakout” tem as guitarras gêmeas de Kerri Kelli e Brad Gillis recorrentes ao longo da música, que é de ritmo rápido. Essa é aquela grudenta, uma especialidade da banda, e já se tornou a minha favorita, impossível não a ouvir e sair cantando o seu refrão.
Gosto muito de “Hard to Make It Easy”. Possui uma introdução de guitarra dupla, mas o instrumento dominante é o piano estilo bar de Erik Levy (cujos teclados são quase invisíveis no resto do álbum), dando-lhe uma sensação de Southern Rock, a banda acertou em cheio nessa música.
A sensação country é então mais forte na balada “Can’t Afford a Hero”. A primeira impressão foi de que faltava paixão e até um pouco monótona, mas aumenta com a audição, tornando uma bela canção desse trabalho.
“Cold As December”, balança forte com um riff poderoso, quase Cinderela, embora a seção do meio seja um pouco desarticulada e a letra, na melhor das hipóteses, seja média.
“Dance”, ostentando um padrão de bateria no estilo ‘We Will Rock You’, é brilhante, mas tem um refrão bastante repetitivo. Mais uma vez, não soa particularmente Night Ranger, então leva mais tempo para ser ouvido para apreciá-lo por si só.
No entanto, “The Hardest Road”, uma balada cantada por Kelly, em minha opinião é a mais fraca do álbum.
Em “Monkey” a banda usa a mesma veia musical de “Breakout”, mas não tem seu charme.
“A Lucky Man”, ela não chama muito a atenção, é uma música interessante, mas ouvindo-a, nos dá aquela saudade do “velho” Night Ranger.
O álbum fecha com “Tomorrow”, que nos dá um perfeito solo de guitarra, onde finalmente conseguimos ver o retorno do clássico Night Ranger.
Bem tocado e produzido, eu diria que eles encontraram o equilíbrio certo entre se ater a um som experimentado e testado e expandir seu repertório. Algumas bandas de rock suavizam seu som à medida que envelhecem, não o Night Ranger! ATBPO é um caso de hard rock, com algumas faixas transmitindo diferentes estilos musicais, criando um banquete sólido e diversos para os ouvidos que é incrivelmente satisfatório. Todas as músicas são boas, e a maioria delas são ótimas.
TrackList:
- “Coming For You”
- “Bring It All Home To Me”
- “Breakout”
- “Hard To Make It Easy”
- “Can’t Afford A Hero”
- “Cold As December”
- “Dance”
- “The Hardest Road”
- “Monkey”
- “A Lucky Man”
- “Tomorrow”
- “Savior” (bonus track)
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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