Resenha: “Antithesis” – Black Void (2022)

Resenha: “Antithesis” – Black Void (2022)

August 30, 2022 0 By Geraldo Andrade

A banda Black Void apresenta seu trabalho mais obscuro e musicalmente abrasivo até hoje,  “Antithesis”.

Desde o início do álbum, a ênfase está em uma boa e velha energia punk rock, podemos dizer assim e uma intensidade que nos joga lá nas alturas. Começa com “Void”, onde temos um gostinho perfeito do que está por vir do resto do álbum com seus grooves contagiantes e gritos contundentes ao bom estilo black metal. No entanto, temos passagens de instrumentação suaves, um solo de guitarra melódico mostrando que o trio tem a capacidade de mudar o roteiro a qualquer momento.

Na sequência temos “Reject Everything”, um dos dois singles que a banda usou para promover o álbum. Esta é uma das músicas mais cruas do álbum, com a bateria perfeita, guitarras que parecem serras circulares e alguns dos vocais mais impressionantes que você provavelmente encontrará nos 39 minutos de duração do disco. A pausa quase pós-metal no meio da música, adiciona outra camada à música e faz com que tudo pareça muito maior em escala.

Ao longo do álbum, não há sinais de perder o ritmo, com a linha de guitarra que abre “Tenebrism Of Life”, soando como se pudesse ter sido tirada diretamente de um álbum do AMON AMARTH, com aquela sensação de hino, uma música perfeita. A banda coloca uma música melódica no meio de um álbum punk, sem tirar as coisas dos trilhos. “No Right, No Wrong”, continua na mesma linha. Isso não quer dizer que as músicas ainda não tenham a agressividade necessárias, digo que eles absolutamente têm. Em minha opinião, as músicas não são pesadas por causa do peso, é apenas que tudo o que foi adicionado à mixagem é feito de forma deliberada e contribui para a alta qualidade da música em exibida.

Na reta final de Antítese, “Explode Into Nothingness”,  atrai o ouvinte com uma introdução reservada antes de mergulhar a todo vapor em uma mistura de riffs distorcidos e bateria poderosa, completa com vocais limpos adicionando uma camada de melodia ao trabalho. Apesar de estar tão perto do final do álbum, essa música prova ser um dos destaques e certamente os fãs vão gostar muito, quando a banda invadir os palcos ao redor do mundo. Em minha opinião, uma das maiores surpresas do trabalho está guardada para a última música, “Dadaist Disgust”, na forma de um convidado muito especial: Sakis Tolis , o frontman do ROTTING CHRIST. O fato de a banda ter conseguido um convidado tão conhecido e respeitado para seu álbum de estreia é uma prova do que está sendo construído aqui e ele é simplesmente um ingrediente em outra obra bem trabalhada e tingida de black metal.

O fato de este ser um álbum de estreia de uma banda relativamente nova será um choque para o ouvinte, pois vai se deparar com um execelente álbum de estreia. Há uma ótima sensação de como as músicas foram montadas,  um som que está sempre se expandindo. O resultado é um dos álbuns mais, vamos dizer, emocionantes do ano e uma ótima base para o BLACK VOID lançar o resto de sua carreira. Agora só nos resta esperar pelos próximos trabalhos da banda e torcer para que continuem nos surpreendendo cada vez mais. 

black void

Músicas

1- Void
2- Reject Everything
3- Death to Morality
4- Tenebrism of Life
5- No Right, No Wrong
6- It’s not Surgery, it’s a Knife Fight
7- Explode into Nothingness
8- Nihil
9- Dadaist Disgust

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