Entrevista com RANE OLIVEIRA: O Desafio de Ser Vocalista de Rock no Brasil e Seus Novos Projetos
October 29, 2024Em uma entrevista exclusiva para a Revista Freak, Rane Oliveira, vocalista amplamente reconhecido como um dos maiores talentos do rock no Brasil, compartilhou suas experiências, desafios e conquistas ao longo de sua carreira no cenário musical.
Conhecido por sua voz marcante e por liderar projetos que resgatam a essência do rock dos anos 80, Rane falou sobre sua trajetória, as dificuldades de ser um vocalista de rock no Brasil, a vitória no concurso A Voz do Rock idealizado por Nando Fernandes e seus novos projetos, incluindo o fenômeno Lost80s.
Na entrevista, Rane revela detalhes sobre seus próximos shows e o segredo por trás de sua impressionante performance vocal, além de oferecer conselhos valiosos para jovens vocalistas que estão começando suas carreiras no Brasil. Confira a conversa completa e saiba mais sobre o caminho trilhado por um dos grandes nomes do rock brasileiro.
Rane Oliveira – Divulgação
Rane, você é conhecido por sua trajetória como vocalista de rock no Brasil, um país onde o gênero muitas vezes não recebe o espaço merecido. Quais são as principais dificuldades que você enfrentou ao longo da sua carreira?
Rane Oliveira: Ser vocalista de rock no Brasil é realmente desafiador, principalmente porque o gênero não tem tanto apelo na mídia mainstream quanto outros estilos. Desde o início da minha carreira, eu percebi que haveria uma batalha constante por visibilidade. As rádios e programas de TV muitas vezes focam em outros gêneros, e isso limita as oportunidades para bandas e artistas de rock. Além disso, a cena independente é muito competitiva, mas ao mesmo tempo escassa de recursos. Produzir, gravar, lançar álbuns e fazer shows demandam um investimento muito grande, e a maioria dos artistas não tem esse suporte financeiro.
Mesmo com essas dificuldades, você conseguiu se destacar e construir uma carreira sólida. A que você atribui esse sucesso?
Rane Oliveira: Acho que o sucesso é resultado de muita persistência e paixão. Sempre acreditei no meu trabalho e nunca desisti, mesmo quando as coisas pareciam difíceis. Além disso, me cerquei de pessoas que acreditavam no meu potencial e que me ajudaram a trilhar esse caminho, como produtores, músicos e amigos. Outro ponto crucial foi a conexão com os fãs. Eu sempre priorizei o contato direto com quem gosta da minha música, seja em shows ou nas redes sociais. Essa base de fãs é quem me dá forças para continuar, e é graças a eles que eu consigo seguir em frente, independentemente dos obstáculos.
Em 2017, você venceu o concurso A Voz do Rock, que foi idealizado pelo renomado Nando Fernandes. Como foi essa experiência para você?
Rane Oliveira: Ganhar A Voz do Rock foi um marco muito importante na minha carreira. O Nando Fernandes é uma grande referência para todos os vocalistas de rock no Brasil, então ter participado de um concurso idealizado por ele e ter vencido foi uma validação enorme para mim. O concurso foi intenso, competi com outros artistas de muito talento de todos os lugares do Brasil, e isso elevou o nível da competição. Ganhar esse prêmio me deu visibilidade, me abriu muitas portas e, mais do que isso, me deu uma confiança renovada no meu trabalho. Sou muito grato por essa experiência e por tudo que ela me proporcionou.
Rane e Nando Fernandes – A Voz do Rock
E como isso impactou sua carreira desde então?
Rane Oliveira: Depois de A Voz do Rock, minha carreira tomou um rumo mais profissional. Recebi convites para tocar em eventos maiores, aumentei meu networking dentro da cena rock e tive a oportunidade de participar de projetos incríveis, como colaborações com Felipe Andreoli, do Angra, e Raphael Dafras, do Almah e da banda do Edu Falaschi. Além disso, meus próprios projetos, como Two Guyz, Lost Land e Dust to Dust, ganharam força, e ainda tive a chance de atuar como produtor musical em vários projetos independentes.
É difícil lembrar de tudo, eu fiz muita coisa! Fui jurado de um concurso de bandas independentes chamado Union Mission Fest, toquei na Expomusic, que agora é a Conecta + Música e Mercado, e ainda consegui alguns patrocínios ao longo do caminho.
Participei de um vídeo de homenagem ao Dio, ao lado de grandes nomes como membros das bandas Dr. Sin, Viper, Children Of The Beast, Sinistra, Hardstuff, Hevillan, Pastore, Heaven & Hell, The Four Horsemen, Insane Driver e Almanak. Foi incrível estar ao lado de tantas lendas do rock nacional.
Com a chegada da pandemia, os shows ficaram mais difíceis, mas mantive minha presença online.
Ah! E recentemente, tive a oportunidade de fazer um show muito especial com a banda Cavalo Vapor, onde tivemos a honra de abrir para o eterno Ron Keel.
Rane, você mencionou sobre a pandemia do COVID-19, como foi para você passar por esse período sendo um artista, e de que forma você se adaptou para continuar seu trabalho?
Rane Oliveira: A pandemia foi, sem dúvida, um dos maiores desafios que a indústria musical já enfrentou. Com a interrupção dos shows e a queda nas vendas físicas, tive que me adaptar rapidamente ao novo cenário. A produção remota se tornou uma realidade, e eu aproveitei esse período para lançar dois projetos muito especiais: Lost Land (2021) e Dust to Dust (2022). Ambos foram produzidos durante a pandemia, de maneira remota, em um momento em que as conexões digitais se tornaram fundamentais. Manter o contato com os fãs pelas redes sociais e plataformas de streaming foi essencial para continuar divulgando meu trabalho. Isso mostrou que, mesmo em tempos de adversidade, é possível inovar e liderar mudanças. Foi uma experiência desafiadora, mas ao mesmo tempo, me fez crescer como artista e me conectar ainda mais com o público.
Rane e Cavalo Vapor – Abertura Ron Keel
Falando em carreira, o que você pode nos contar sobre seus novos projetos? Há algo que os fãs podem esperar para o futuro?
Rane Oliveira: Com certeza! Estou muito animado com meu novo projeto, a banda Lost80s. Esse é um trabalho que resgata o melhor do rock dos anos 80, uma época de ouro para o gênero, e nós trazemos isso para o presente com muita energia. A Lost80s está se tornando um verdadeiro fenômeno no cenário do rock brasileiro, e não só entre os fãs de longa data, mas também entre as novas gerações que estão redescobrindo essa sonoridade.
Cada show é uma viagem no tempo, onde tocamos grandes clássicos com um toque moderno e a minha própria interpretação. Tenho a sorte de estar ao lado de músicos extremamente talentosos: Dé Repetto na bateria, Jr. Roxx na guitarra e Brian Silver no baixo. Juntos, criamos uma experiência única para o público, uma verdadeira celebração ao rock dos anos 80.
Temos dois shows especiais programados: um aconteceu no House of Legends em São Paulo, no dia 18 de outubro de 2024, e outro vai acontecer no Hard Rock Café de Ribeirão Preto, em 7 de dezembro de 2024. Além disso, temos mais datas a serem confirmadas em outros estados do Brasil, o que só aumenta a nossa expectativa para levar o som da Lost80s para mais lugares. Esses shows vão ser intensos, e estamos preparando sets que vão fazer os fãs de todas as idades vibrar.
Rane, você é altamente reconhecido como um dos melhores vocalistas de rock da atualidade. Qual é o seu segredo? Conta pra gente!
Rane Oliveira: (Risos) Primeiro, muito obrigado pelo elogio! Fico feliz em saber que meu trabalho está sendo reconhecido. Quanto ao segredo, acho que não é tão misterioso assim… O mais importante é cuidar muito bem da voz. A saúde vocal é essencial para qualquer cantor, mas para quem canta rock e utiliza técnicas como o belting e drives, é ainda mais crucial. Forçar a voz sem os devidos cuidados pode levar a problemas sérios, já vimos lendas como Steven Tyler e Bon Jovi passarem por isso. Então, meu “segredo” é uma rotina de exercícios vocais, hidratação constante e, claro, respeitar os limites do corpo. Se você não cuidar da sua voz, ela simplesmente não vai responder como deveria. É isso que me mantém no palco com a mesma energia!
Isso é incrível, Rane! Para finalizar, que conselho você daria para os jovens vocalistas de rock que estão começando agora no Brasil?
Rane Oliveira: Meu conselho é nunca desistir, por mais difícil que pareça. O mercado pode ser duro, mas se você tem paixão pelo que faz, isso vai te levar longe. Estudem, aperfeiçoem suas técnicas, estejam sempre abertos a aprender e a evoluir. E, claro, mantenham uma relação próxima com seus fãs. São eles que vão te dar forças para continuar, mesmo quando o caminho parecer mais difícil. E lembrem-se, cada passo é uma conquista, por menor que pareça. Persistência é tudo!
Muito obrigado pelo seu tempo, Rane. Tenho certeza que seus fãs estão ansiosos para ver o que você vai trazer de novo e é graças a artistas como você que o rock nunca morre!
Rane Oliveira: Eu que agradeço pelo espaço. Vamos juntos continuar fazendo o rock acontecer!
Lost80s – Foto divulgação
Para acompanhar todas as novidades da carreira de Rane e da Lost80s e ficar por dentro dos próximos shows, siga as redes sociais:
www.raneoliveira.com
Instagram: @raneoliveira.prod
Instagram: @lost80sband
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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