Resenha: “The Sick, The Dying… And The Dead!” – Megadeth (2022)
September 12, 2022 0 By Geraldo AndradeO Megadeth lança seu 16º álbum, “The Sick, The Dying… And The Dead!” e ainda consegue soar revigorado, equilibrando algumas influências de seus primeiros álbuns com uma abordagem mais moderna.
O Megadeth é uma banda que teve muito drama e controvérsia ao longo da carreira, mas os últimos anos ainda tivemos mais reviravoltas do que o habitual. O vocalista Dave Mustaine lutou contra um câncer na garganta, e o baixista David Ellefson foi expulso da banda devido a um escândalo sexual. Steve DiGiorgio veio para gravar “The Sick, The Dying… And The Dead!” enquanto isso James LoMenzo retornou como membro permanente.
Não há grandes surpresas no álbum, que tem uma dúzia de músicas thrash bem trabalhadas e entregues com maestria. O Megadeth ainda pode entregar estrondos da velha escola como “Celebutante” e “Night Stalkers”, que apresenta o lendário Ice-T. Eles também são habilidosos em faixas de ritmo mais moderado, mas não menos ferozes, como “Dogs Of Chernobyl”.
Este é o segundo álbum do Megadeth com o brasileiro Kiko Loureiro, cuja interação musical com Mustaine é ainda mais estreita do que em Dystopia . É o primeiro álbum de estúdio do baterista Dirk Verbeuren, apesar de estar na banda há cerca de seis anos. Ele tem um currículo estelar e seu desempenho é excelente, como seria de esperar.
Aos 60 anos, Mustaine ainda tem muito gás e raiva à disposição. Se ele está abordando tópicos políticos ou pessoais, você sempre sabe exatamente onde ele está, é o estilo Mustaine de ser.
Este álbum encontra o Megadeth equilibrando algumas influências de seus primeiros álbuns com uma abordagem mais moderna. Há vislumbres de várias eras de sua discografia, mas eles conseguem manter o ritmo avançando, evitando a nostalgia.
O álbum de 55 minutos, acho um pouco longo, o que o faz perder um pouco de ímpeto no meio, e talvez, uma música ou duas poderiam facilmente ter sido cortadas. Mas a duração certamente não dilui demais a qualidade do material, pelo contrário, mostra a banda em um de seus melhores momentos da carreira.
Com 16 álbuns lançados, o Megadeth ainda consegue soar revigorado, graças em parte à infusão de sangue novo. “The Sick, The Dying…And The Dead!” deve agradar a base de fãs da banda, especialmente quando o título da última música é “We’ll Be Back”, sinalizando que há mais por vir.
Fechando a tracklist, temos os dois covers. “Police Truck” do Dead Kennedys e “This Planet’s on Fire (Burn in Hell)” de Sammy Hagar, para a nossa alegra, com participação do próprio vocalista. As duas músicas, podemos dizer que, são “Megadethizadas”, sem perderem suas características primordiais. Servem como um momento de diversão após uma audição tão carregada. E em minha opinião ficaram perfeitas.
A maioria das bandas de thrash metal que ainda lançam bons discos hoje em dia costumam ter seus álbuns rotulados como “melhores desde então”. “The Sick, The Dying… And The Dead!”, no entanto, soa exatamente como os fãs do clássico Megadeth gostariam que a banda soasse. Pode haver algumas influências de heavy metal mais tradicional do que o normal, mas, se houver, isso é um trunfo para o álbum. Embora os dois primeiros singles tenham me feito esperar algo bom, “The Sick, The Dying… And The Dead”, superou e, muito, minhas expectativas. Eu ficaria extremamente surpreso se algum álbum de metal melhor fosse lançado este ano. Pois esse trabalho do Megadeth, é fortíssimo candidato à melhor do ano.
Músicas
- The Sick, the Dying… and the Dead!
- Life in Hell
- Nightstalkers (feat. Ice-T)
- Dogs of Chernobyl
- Sacrifice
- Junkie
- Psychopathy
- Killing Time
- Soldier On!
- Célebutante
- Mission to Mars
- We’ll Be Back
- Police Truck (Dead Kennedy cover)
- This Planet’s on Fire (Burn in Hell) (Sammy Hagar cover, feat. Sammy Hagar)
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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