Resenha: “Road” – Alice Cooper (2023)

Resenha: “Road” – Alice Cooper (2023)

September 12, 2023 0 By Geraldo Andrade

Alice Cooper lançou seu novo álbum de estúdio, o 22º da carreira solo. Quando foi anunciado, foi revelado que ele falaria sobre sua vida como rockstar, principalmente sua vida na estrada, e ele deu a conhecer isso com o nome do álbum, “Road”.

Alice Cooper não tem nada a provar a ninguém. Ele é uma lenda que, aos 75 anos, ainda está em plena atividade e em turnê pelo mundo. “Road” é um álbum que segue a mesma linha de “Detroit Stories”, retornando ao som clássico da Alice Cooper Band que o tornou famoso no início dos anos 70.

O mestre dos pesadelos está de volta e não há como descansar sobre os louros, pois este álbum remonta ao homem em seu melhor estado. A banda é perfeita, a produção é precisa e as letras são irônicas do Sr. Furnier, como sempre. Com todos esses requisitos, não tem como dar errado.

O álbum 29 abre com uma autobiografia musical com “I’m Alice” e isso remete à sua arrogância dos anos 70, riffs de guitarra e majestade lírica. Você pode ouvir tantas músicas passadas entrelaçadas nesta faixa e com Alice cantando sobre si mesmo é excelente e não tenho dúvidas de que essa faixa entrará no setlist da banda. Uma ótima maneira de abrir o álbum.

Quando se trata de lançar tantos álbuns você sempre revisitará certos aspectos e a maioria dos títulos deste álbum tem uma pequena imagem espelhada do passado e em “Welcome to the Show” temos isso e uma música extraída dos anos 80. O trabalho de guitarra está perfeito. Já imagino a loucura que vai ser essa música ao vivo.

Os riffs da abertura de “All Over the World” têm aquela sensação dos anos 70 novamente. A música é dedicada às diversas turnês e shows e à carreira do próprio Alice. É uma boa e velha música de Rock’n’Roll.

Uma verdadeira mudança em “Dead Don’t Dance”, pois visita o passado industrial de Alice e isso caberia facilmente no “Brutal Planet” e tem uma vibração cativante como o inferno. Chuck Garric está perfeito aqui e dirige a marcha da morte com beleza e brutalidade.

O Rock’n’Roll volta em “Go Away”, que tem o sarcasmo de Alice pingando de seus alto-falantes enquanto ao mesmo tempo rasteja em seu ouvido e se acalma e se recusa a sair. Esta é a clássica Alice e algo que ninguém pode recriar.

“White Line Frankenstein” é simplesmente uma música incrível. Você sabe que quando Alice coloca Frankenstein no título de uma música, é um golpe certeiro. Será que agora teremos um segmento do show ao vivo dedicado a todos os Frankensteins?

“Big Boots” é brilhante. Garric está pegando fogo novamente e o piano em staccato toca perfeitamente com o rock simplista que se transforma em uma “Rules of the Road”.

“The Big Goodbye” bate forte, é pesada. O trabalho das guitarras aqui está perfeito, mostrando que Alice acertou em cheio na escolha de quem o acompanharia nesse novo trabalho.

“Road Rats Forever” vem na sequencia, com o velho estilo de Alice fazer música, impossível não sair cantando o refrão.

“Baby Please Don’t Go” é lenta e sincera. Alice fez algumas baladas incríveis ao longo dos anos e isso não é diferente. Dito isso, não parece uma faixa do Alice, mas ficou linda e perfeita.

Em “100 More Miles” é Alice contando histórias da estrada novamente. Quando a faixa começa, as tonalidades desaparecem e o rock entra em ação e instantaneamente esta se torna um dos destaques do álbum.

A faixa final, “Magic Bus”, sai a todo vapor antes de se transformar em um “filho bastardo” dos Beatles (risos). Uma ótima maneira de assinar o que poderá muito bem ser um futuro clássico de Cooper.

“Road” é uma coleção de músicas que atravessam a carreira do homem, tanto musicalmente quanto liricamente. Suponho que um álbum como esse tinha que acontecer, pois a estrada está no DNA de Alice. Vamos ser sinceros, Alice Cooper vive e morre pelo show.

“Road” não é o melhor álbum de Alice Cooper. Repito, Alice Cooper não tem mais nada a provar e muito menos agradar a ninguém. Ele simplesmente retoma seu estilo e suas raízes rock and roll para expressá-los e fazer o que mais gosta. “Road” não é um álbum que cansa ou entedia. Pelo contrário, acho que ele te conduz perfeitamente por cada fase de Alice Cooper ao longo de sua carreira, uma espécie de resumo de sua carreira, que te faz entender a essência e a importância de Alice Cooper na cena rock e heavy metal.

Quando restam tão poucas referências, devemos comemorar o fato de que em meados de 2023 ainda temos a possibilidade de ir a uma loja de discos, e poder comprar músicas novas de um cara tão essencial como Alice Cooper. Vamos aproveitar enquanto dura.

alice cooper

Músicas
1- I’m Alice
2- Welcome To The Show
3- All Over The World
4- Dead Don’t Dance
5- Go Away
6- White Line Frankenstein
7- Big Boots 
8- Rules Of The Road
9- The Big Goodbye
10- Road Rats Forever
11- Baby Please Don’t Go
12- 100 More Miles
13- Magic Bus

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