Resenha: Monsters of Rock – São Paulo/SP (22/04)
April 27, 2023 0 By Geraldo AndradeQuando foi anunciada a sétima edição do Monsters of Rock no Brasil, gerou uma enorme expectativa para o anúncio das atrações. E para nossa alegria foram anunciadas bandas históricas e importantes na história do heavy metal e rock and roll.
Foram confirmadas Doro, Symphony X, Saxon, Helloween, Deep Purple, Scorpions e Kiss na sua turnê de despedida. Infelizmente o Saxon cancelou sua apresentação, e no seu lugar entrou o Candlemass.
E finalmente chegou o dia 22 de abril de 2023, já posso dizer que foi um dia que entrou para a história, abaixo vocês vão saber o porque.
Foto Credito: Mercury Concerts Fotos
Minha aventura começa as 04h30 da manhã, rumo a Porto Alegre, local da saída do meu voo para São Paulo. Faço uma viagem tranquila e solitária, pelas estradas do Rio Grande do Sul, faço o trajeto em 01 hora e meia. Carro deixado no estacionamento do aeroporto da capital gaúcha, próxima etapa, check-in e esperar o voo, previsto para as 08h55, direto de Porto Alegre para São Paulo.
Vôo bem tranquilo e chego em São Paulo um pouco antes das 10h30, bem no horário que abririam os portões. Corro e pego um Uber, chego ao Allianz Parque as 11h30, horário de inicio do primeiro show, Doro.
Faço o credenciamento rápido e já estou dentro do estádio, vou até a Sala de Imprensa, deixo minha mochila, carrego o celular e já “mergulho” no primeiro show.
De cara já senti uma energia muito boa, um alto astral fora do comum e em cima do palco, a verdadeira e única Rainha do Metal, Doro Pesch. Que show perfeito, que banda fantástica tem Doro. Que carisma possui a vocalista, que tem o público em suas mãos. Doro é a simpatia em pessoa, interagem direto com os fãs, como uma verdadeira Rainha, que desfilou em seu set, clássicos de sua carreira e com uma banda com qualidade impressionante, foi uma aula de heavy metal, carisma e paixão pelo rock and roll. Em minha opinião, Doro poderia ter feito seu show, antes do Helloween, um lugar bem melhor, para aquela que é a Rainha do Metal.
Foto Credito: Mercury Concerts Fotos
Na sequencia vem o metal progressivo com Symphony X, que foi a segunda atração do dia no palco do Allianz Parque e fez uma boa performance, uma apresentação técnica, um instrumental que dispensa comentários, da banda que tem na formação Michael Romeo, Russell Allen, Michael LePond, Jason Rullo e Michael Pinnella. O frontman agradeceu a oportunidade de fazer parte do Monsters of Rock e agradeceu ao apoio dos fãs, sem os quais “nenhuma banda” poderia estar no palco. A banda fez uma boa apresentação, bem tocada, que fez com que os fãs ali presentes ficassem satisfeitos com o show.
Mas algo me chamou atenção negativamente, a banda deixa o palco sem ao menos se despedir do público, ficou tipo um vázio naquele momento, uma “despedida” muito fria por parte da banda.
Foto Credito: Mercury Concerts Fotos
O próximo seria o Saxon, mas infelizmente a banda cancelou a participação no festival e para o seu lugar foi convocado o Candlemass, banda pioneira do Doom Metal. Estava muito curioso para ver o show dos caras, confesso que não acompanho muito a banda, mas de cara, quando a banda entra no palco, sinto que algo bom estava por vir, depois do show morno do Symphony X.
A banda está divulgando o disco, Sweet Evil Sun, de 2022, e fez um show de altíssima qualidade e peso, com destaque total para os vocais de Johan Längquist, que mostrou ser um ótimo e carismático frontman. Com essa ótima apresentação, o Candlemass, certamente, conquistou novos fãs, como eu e arrebatou os seguidores já fiéis com a performance.
Foto Credito: Mercury Concerts Fotos
Uma das minhas bandas favoritas foi a próxima atração, e posso dizer que está banda está gigante, dá gosto ver um show dos caras, uma banda alegre e feliz, que gosta de tocar para seus fãs, você ve o sorriso estampado no rosto de cada membro da banda, estou falando do Helloween!
Os alemães subiram ao palco, às 15h, para uma multidão que já estava presente no Allianz Parque. Os fãs brasileiros, uns dos mais fiéis à banda, vibraram mais uma vez com os clássicos do Helloween, uma apresentação perfeita. Andi Deris, Kai Hansen e Michael Kiske, como sempre, fazem a alegria dos fãs, uma banda com 03 vocalistas é realmente um espetáculo à parte.
Pena que o show foi rápido, durando quase uma hora, a banda merecia muito mais tempo e os fãs também (risos), mas era como estava funcionando no festival, que zelou pela pontualidade. Apesar do tempo curto, podemos para cantar junto, clássicos como Power, I Want Out e Eagle Fly Free. Até agora era a melhor apresentação do festival, em minha opinião.
Foto Credito: Mercury Concerts Fotos
A próxima atração seria um dos maiores nomes da história do rock and roll, estou falando do “gigante” Deep Purple. Tivemos clássicos como Highway Star, Smoke on the Water, cantado pelo estádio inteiro, foi impressionante ver o público cantando junto com Gillan, foi lindo e emocionante de ver. Também chamou a atenção foi a apresentação de Don Airey. O tecladista é um show à parte, onde bebe vinho enquanto solava, toca música brasileira, brinca com a introdução de Mr. Crowley. E o velho Ian Gillian que fez um show perfeito onde nos entregou um show de voz perfeita. Foi emocionante ver essa lenda do rock dando um show de apresentação, com suas mãos tremulas e as vezes com ajuda de uma pessoa da equipe, para ir até ao fundo do palco. Mas nossos heróis são humanos como nós e temos que entender que a idade chega para todos, só nos resta respeitar e venerar nossos ídolos, porque sua obra é eterna.
O Deep Purple é uma banda discreta, não precisa de muitas luzes, pano que cai quando a banda entra, o negócio dos caras é somente tocar rock and roll, melhor, é dar aula de como se faz o bom e velho rock and roll. Li em algumas resenhas do show, que a alegria estampada nos rostos de Gillian, Ian Pace e Roger Grover, mais o carisma de Airey já são suficientes, e concordo plenamente com essas resenhas. A banda nos deu mais um show de alta qualidade montrando porque são um dos maiores nomes da história do rock.
Foto Credito: Mercury Concerts Fotos
A próxima atração da noite seriam os alemães do Scorpions, também confesso que os últimos shows da banda que assisti, achei muito chatos e sonolentos, comparo a banda ao Def Leppard, hoje em dia estão mais para baladinhas do que para o bom hard rock que faziam nos anos 80’s, apesar de que o último trabalho a banda tentou voltar as suas raízes.
A banda começou a noite com novidades no setlist, quatro músicas do novo disco são tocadas no show: “Gas In The Tank”, “Seventh Sun”, “Peacemaker” e “Rock Believer”. Claro que tivemos clássico, ainda bem, como “The Zoo”, “Rock You Like a Hurricane”, “Send Me An Angel” e “Still Loving You”. Que em minha opinião salvaram o show, deixando-o menos “sonolento” (risos).
Não preciso dizer que o destaque da apresentação foi o “monstro” Mikkey Dee, que realmente destruiu tudo com o peso e técnica de sua bateria e ainda nos presenteou com um solo pesadíssimo e perfeito.
A banda fez um bom show, que agradou aos fãs da banda ali presente, mas em minha opinião, quem merecia estar tocando antes do Kiss, seria o Deep Purple. Talvez o problema seja eu, que não tive a sorte de ver um show, ao vivo, do Scorpions, que me deixa-se empolgado, ou eu que estou me tornando um “tiozão” que só lembra dos anos 80’s (risos).
Foto Credito: Mercury Concerts Fotos
Agora viria a atração mais esperada do festival, o KISS. Já tinha me emocinado em Porto Alegre, em 2022, na Tour de despedida, agora teria mais uma chance de me emocionar e me despedir desse gigante chamado KISS.
Pontualmente às 21h, o show começa com “Detroit Rock City” fazendo o estádio ir abaixo, e continuou quando Paul Stanley promoveu o tradicional “concurso de gritos” para ver qual setor do público se gritava mais alto, algo que combinava com “Shout it Loud”, faixa a seguir.
A essa altura as 60.000 pessoas presentes estavam “enlouquecidas” com o que estavam presenciando, simplesmente o maior espetáculo da Terra.
Tivemos a sessão de fogos, com diversas explosões em “War Machine” e Gene Simmons inalando fogo em “I Love it Loud”.
“Lick It Up” e “Makin’ Love”, são perfeitas, todo estádio canta junto, pula, é algo que realmente arrepia.
Um dos destaques do show, é vôo de Paul Stanley, que vai para estrutura de som/luzes de tirolesa, durante o clássico “Love Gun” e “I Was Made for Lovin’ You”, esse também enquanto descia de tirolesa voltando para o palco.
Tivemos mais emoção em “Beth”, onde temos o vocal de Eric Singer nos deixando arrepiados e emocionados, que momento lindo do show.
Já no final, temos a poderosa “Do You Love Me”, momentos antes de encerrar o show com o clássico dos clássicos, a enérgica, emblemática e música que nunca pode faltar, simplesmente o hino “Rock and Roll All Nite”, acabando um dia mágico de rock, recheado de muita paixão e amor. Mas fica a pergunta, será que esse foi o último show do Kiss em São Paulo? Vamos torcer para que não (risos).
Foto Credito: Mercury Concerts Fotos
Assim encerrou, a sétima edição brasileira, de um dos maiores festivais do mundo, o Monsters of Rock. Um público de aproximadamente 60.000 pessoas, lotaram o Aliianz Parque e viveram momentos inesquecíveis, que certamente ficarão guardados na sua memória para sempre.
Agora só nos resta esperar a próxima edição, que já dizem que vamos ter grandes surpresas.
Terminado o festival, agora me resta passar uma “ótima” noite no aeroporto de Congonhas e de manhã cedo, embarcar para o Rio Grande do Sul, com execsso de bagagem, pois estou trazendo muitos momentos inesquecíveis junto comigo.
Peguei estrada, deixei família, pedi folga no trabalho, dormi em aeroporto, peguei mais estrada, adquiri dores nas costas e pernas (a idade está chegando), fui assaltado no Congonhas, porque 01 sanduiche simples, mais um pão de queijo e uma lata de refigerante, custar R$ 48,00, é um verdadeiro assalto (risos), apesar de tudo isso, posso dizer que vivi um dos melhores momentos de minha, só vai entender o que escrevi, quem realmente sabe o que é rock and roll.
Que venha o próximo!
Foto Credito: Mercury Concerts Fotos
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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Geraldo "Gegê" Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.