Sempre fui muito fã dos trabalhos de Marilyn Manson, desde que escutei pela primeira vez ‘Antichrist Superstar’, aquele disco realmente mudou a forma como eu entendia música, abrindo minha cabeça para outros estilos. Sua mistura de peso com toques eletrônicos, sua sonoridade diferenciada embalada pela aparência andrógena e maluca de Manson, foi realmente muito marcante. A partir daí comecei a escutar os trabalhos anteriores, ‘Portrait of an American Family’ de 1994 e ‘Smells Like Children’ de 1995 e com a chegada de ‘Mechanical Animals’ em 1998, só confirmou tudo que eu achava de Manson, um cara muito a frente de tudo que estava rolando.
Desde então continuo acompanhando cada lançamento de Marilyn Manson e mesmo não sendo o mesmo cara que me impressionou, com suas loucuras tanto no som como na aparência, hoje com seus ternos e bem mais calmo, eu sempre curto seus trabalhos.
Com o anúncio de ‘We Are Chaos’ fiquei mais uma vez curioso, mas confesso que após o lançamento do primeiro single, a faixa título, fiquei um pouco apreensivo, mas tudo bem, temos todo o álbum para escutar.
O disco abre com “RED BLACK AND BLUE”, uma música que lembra os últimos trabalhos de Manson, calma mas com toques que lembram os tempos mais raivosos do cantor. A segunda faixa, aquela que falei antes, “WE ARE CHAOS”, ainda não me convenceu, continuo achando umas das mais fracas da carreira de Manson, puxando para um country, folk, que continua não me agradando, questão de gosto!
“DON’T CHASE THE DEAD” é talvez o hit e a que mais passe a identidade do álbum, violões, um toque de folk, piano e um refrão marcante.
“PAINT YOU WITH MY LOVE” mostra toda a influência em Beatles e David Bowie (já citadas em algumas oportunidades pelo cantor) da forma mais transparente possível. Com uma pegada que chega a lembrar T-Rex em alguns momentos, é realmente uma música diferenciada na carreira de Manson.
“INFINITE DARKNESS” segue o tom calmo e sombrio que Manson optou nesse disco, mas resgatando um pouco do seu som já característico, misturando um pouco de eletrônico.
“PERFUME”, aí sim! É o tipo de música que eu esperaria de Manson para esse álbum, não precisa ser rápido nem pesado, segue a linha que ele vinha fazendo desde ‘Eat Me, Drink Me’ de 2007, que mesmo sem ser agressivo, tem a marca característica de Manson.
O álbum segue com “KEEP MY HEAD TOGETHER” e “SOLVE COAGULA” que continuam calmas mas muito boas.
O disco fecha com “BROKEN NEEDLE” que é uma ótima balada, assinando a fase intimista que Manson quis passar nesse álbum.
‘We Are Chaos’ é um álbum conceitual e conforme dito por Manson “um espelho que Shooter e eu construímos”, então não se surpreenda com alguns toques folks misturados nas canções do álbum. Mas no fim, ‘We Are Chaos’ usa um equilíbrio bastante magistral de sons antigos e novos, semelhante à maneira como integrou em ‘The Pale Emperor’ de 2015. Na minha opinião não chega a ser uma “obra-prima” conforme citado por Manson, mas um grande álbum como sempre. Como falei anteriormente, Manson está sempre a frente do seu tempo, talvez eu só demore um pouco mais pra enxergar isso dessa vez!