Resenha: “Jailbreak” – Nervosa (2023)
October 2, 2023 0 By Geraldo Andrade“Jailbreak” é o quinto lançamento e uma importante continuação do sucesso comercial de “Perpetual Chaos”, mas traz outra nova formação que, em minha opinião, nos presenteia com um ataque de duas guitarras, é agora mais metal do que nunca.
Formada em 2010 em São Paulo, Brasil, a Nervosa se tornou um dos maiores nomes do thrash metal brasileiro, com seu som intransigente que incorpora elementos de death e power. “Jailbreak” é seu quinto lançamento e uma importante continuação do sucesso comercial de “Perpetual Chaos”, mas traz outra nova formação que, em minha opinião, nos presenteia com um ataque de duas guitarras, é agora mais metal do que nunca.
Apesar de várias mudanças de formação que agora conta apenas com uma integrante original, Prika Amaral (vocal e guitarra), a Nervosa passa a contar com Helena Kotina (guitarra), Hel Pyre (baixo) e Michaela Naydenova (bateria). O resultado é “Jailbreak”, uma placa visceral e incrivelmente focada de puro thrash metal que beira o caótico.
“Jailbreak” também marca a primeira vez que Prika Amaral está no comando dos vocais principais e ela é absolutamente fantástica. Sua entrega é mais profunda e áspera do que se poderia esperar, a Nervosa acertou em cheio nessa escolha.
As músicas em si são um verdadeiro deleite para todos os fãs. A banda pegou as novas bases de “Perpetual Chaos” e construiu uma estrutura mais robusta e resistente, às vezes fazendo comparações com seu terceiro álbum, “Downfall Of Mankind”, ao mesmo tempo que oferece muitas coisas novas. A experiência de Helena Kotina nos círculos de heavy e power metal traz um novo toque ao som da banda, adicionando mais elementos de melodia e atmosfera, enquanto em outros momentos o ouvinte pode encontrar traços de death/doom metal em “Gates To The Fall” e até mesmo um pouco de grindcore em “Behind The Wall.”
A Nervosa sempre foi uma banda de thrash metal antes de mais nada e isso, para nossa alegria, não falta aqui. A faixa-título, “Endless Ambition”, é uma faixa explosiva, “Suffocare” e “Kill Or Die”, todas têm aquele ritmo de trem descontrolado e certamente causarão alguns danos no pescoço do público futuro (risos). Elas também se expandem até mesmo no thrash, com seu próprio som característico encontrando nomes como Destruction e Overkill em algumas passagens, e às vezes, um pouco de Dark Angel, tudo sem parecer uma cópia, apenas influências. “Elements Of Sin” é outro destaque quando se trata de thrash metal puro e, como “Ungrateful”, se inclina para a área mais inspirada no Discharge.
Temos um thrash com ferocidade implacável, em “Sacrifice”, simplesmente perfeito. A história fica diferente quando chegamos a “When The Truth Is A Lie ”, pois temos Gary Holt, que nos fornece alguns riffs poderosos que impulsionam a música com um novo vigor. Aquela vibração Exodus/Slayer está presente, e as pausas no solo são extremamente perfeitas. É um dos vários momentos-chave do álbum.
Em “Superstition Failed” temos os vocais convidados de Lena Scissorhands, a voz do Infected Rain e Death Dealer Union. É uma faixa sombria, com destaque total para os vocais.
Prika Amaral merece todo o crédito do mundo por reconstruir a banda mais uma vez e forjar o que poderia muito bem ser sua melhor formação. Em “Jailbreak” parece que sua visão foi realizada e essa é uma história inspiradora por si só para continuar quando as coisas parecem piores. Os fãs de longa data já sabem que não devem esperar a mesma sede e excitação juvenil dos três primeiros álbuns e sim, a Nervosa é um animal diferente agora, mas elas não abandonaram ninguém com seu som ou abordagem. Elas ainda são uma banda de thrash metal com influências de death metal e com “Jailbreak”, elas têm muito do que se orgulhar e muito para silenciar seus críticos.
“Jailbreak” já é, em minha opinião, um dos melhores lançamentos de 2023 e forte candidato a melhor álbum do ano.
Músicas
01- Endless Ambition
02- Suffocare
03- Ungrateful
04- Seed Of Death
05- Jailbreak
06- Sacrifice
07- Behind The Wall
08- Kill Or Die
09- When The Truth Is A Lie
10- Superstition Failed
11- Gates To The Fall
12- Elements Of Sin
13- Nail The Coffin
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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Geraldo "Gegê" Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.