Resenha: “Foregone” – In Flames (2023)
February 14, 2023In Flames inicia o ano de 2023 com o álbum “Foregone”, reenergizado, revigorado e com o ex- Megadeth Chris Broderick agora no line-up.
A garra e o groove estão de volta mais uma vez, com a banda pronta para provar ao mundo que eles ainda são muito bons no que fazem. Chris Broderick, substituindo Niclas Engelin, teve um efeito nas composições, não sei dizer, mas há um toque nas guitarras que não existia há algum tempo.
O álbum começa com uma introdução de dois minutos, e posso dizer que é excelente. Você pode discordar se não for fã dessas coisas, mas é uma música adorável, completa com violões e cordas, incluindo um violoncelo sombrio, que oferecem uma abertura rica, atmosférica e melódica ao álbum.
Tendo sido suavemente embalados em uma sensação de calma, In Flames imediatamente apresenta “State Of Slow Decay”, onde temos um som totalmente mais pesado. Os riffs me lembram de seus primeiros dias, enquanto Fridén soa seriamente venenoso, mais do que talvez na última década. No entanto, há uma melodia cativante para ser ouvida, e o baixo forte e a bateria estrondosa alimentam a faixa. Os solos de guitarra adicionam textura, enquanto Fridén abre para uma entrega mais limpa mais tarde na faixa, embora de curta duração e bem posicionada quando surge em algumas ocasiões.
As coisas ficam ainda melhores com o acompanhamento, “Meet Your Maker”. Ela apresenta alguns dos materiais mais pesados e contundentes do álbum, antes de espalhar um sorriso no meu rosto por culpa de um refrão que lembra os dias de “Reroute To Remain”. Um impressionante duelo de guitarra apenas aumenta o prazer, levando-me a declarar que esta pode ser uma das melhores composições do In Flames das últimas duas décadas.
“Bleeding Out” é uma composição mais lenta e pesada, com um aumento nos vocais limpos. Isso demonstra que a mudança estilística não foi abandonada aqui, apenas refinada e melhor combinada com os ingredientes antigos que muitos de nós ainda gostamos. O refrão é inegavelmente forte, um poderoso hit que é difícil de não se apaixonar, e que provavelmente será o favorito do público e dos festivais no futuro.
Se você está procurando por algo mais reminiscente da era “Whoracle”, então em “Foregone Pt 1” , você encontrará. Seu parceiro, “Foregone Pt 2” tem aquela qualidade cadenciada de “valsa” que vai deixar os fãs de “The Jester Race” e álbuns anteriores em êxtase. Vocais limpos e toques modernos significam que não é um retrocesso completo, mas há nostalgia suficiente nos riffs centrais para deleitar-se sem vergonha.
Apenas uma nota de cautela nesta fase, porque em minha opinião, “Foregone” não é um sucesso esmagador. “Pure Light Of Mind” é sem dúvida cativante, mas é um pouco suave demais para o meu gosto, especialmente tendo em mente o que aconteceu antes. A abertura de “In The Dark” parece um pouco estranha aos meus ouvidos, especialmente quando acompanhada por alguns riffs sem inspiração. Os violões são um toque legal, e o refrão que se segue repara um pouco do dano, mas não todo, deixando-me apenas um pouco desapontado no geral.
O mesmo pode ser dito de “Cynosure” e “A Dialogue In B Flat Minor”, ambas perfeitamente adequadas, mas, na minha opinião, não são tão brilhantes quanto algum outro material do disco.
Devo dizer que fiquei completamente surpreso e impressionado com “Foregone”. O álbum é um presente para os fãs que permaneceram com a banda todos esses anos, bem como para os novos fãs que eles conquistaram ao longo do caminho e que podem estar prontos para algo mais pesado. Abrange todos os gêneros e estilos com os quais a banda já “brincou”, trazendo-os para um todo coeso. Não pule nenhuma música em “Foregone” . Não há faixas ruins. A primeira metade do álbum é melhor que a segunda, mas ambas são tão boas que parece injusto compará-las. Tudo vai depender de qual época da banda o ouvinte prefere.
In Flames parece estar prestes a começar outro novo capítulo. Achei que isso é normal ao lidar com uma das bandas mais influentes do heavy metal.
Músicas
1- The Beginning Of All Things That Will End
2- State Of Slow Decay
3- Meet Your Maker
4- Bleeding Out
5- Foregone Pt. 1
6- Foregone Pt. 2
7- Pure Light Of Mind
8- The Great Deceiver
9- In The Dark
10- A Dialogue In B Flat Minor
11- Cynosure
12- End The Transmission
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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