Resenha: “Code Red” – Primal Fear (2023)
September 7, 2023Primal Fear nunca lançou um álbum fraco. A força do metal alemão sempre lançou música, que combina peso com grande senso de melodia. O resultado foram hinos reais e “Code Red” também está cheio deles.
Um álbum do Primal Fear já vem com um selo de qualidade do Power Metal. Isso significa que você vai encontrar riffs, hinos, guitarras poderosas e, acima de tudo, os vocais altíssimos de Ralf Scheepers. É claro que o novo “Code Red” tem tudo isso, mas tem algo à mais, o retorno de Mat Sinner após um sério problema de saúde.
O álbum começa com uma sensação de poder em “Another Hero” e tem o grito agudo e poderoso de Ralf. Sim, sem sombra de dúvida, isto é PRIMAL FEAR, com todas as guitarras no máximo. “Estamos perdendo a noção, isso tudo vai acabar em caos total” é o primeiro verso da letra que saúda o ouvinte e chama a atenção para o caos que vem crescendo ao redor. Isso mesmo, o Primal Fear está usando seu Power Metal acelerado e direto para dizer verdades que a maioria de nós precisa ouvir várias vezes antes de realmente entender o que está acontecendo.
A bateria soa enorme em “Bring That Noise” e a parede de som da guitarra vai colocar um sorriso maligno em seu rosto antes de sentir a vontade de se juntar a Ralf cantando. Aqui temos um riff estrondoso e um refrão emocionante que cativam o ouvinte imediatamente.
Tanto “Deep In The Night” quanto “Cancel Culture” são incríveis, verdadeiros hinos. A parte do baixo com os vocais mais graves construindo a tensão que segue Ralf, enquanto ele sobe as oitavas até que seu canto característico de Halford faça você estufar o peito, cheio do orgulho de headbanger. E então, as dramáticas orquestrações sinfônicas levantam a cortina para o implacável ataque de riffs desencadeado na incrível “Cancel Culture”. Basta observar como os vocais e os riffs constroem essa parede enorme com a caixa preparando o cenário perfeito para bater cabeça. Essa música é épica e agressiva, com um refrão cantado que exige um punho no ar.
O animador “Play A Song” vem para o resgate e fará você se sentir melhor e (talvez) esperançoso, lembrando-lhe o quão terapêutico é a música pesada, então mantenha o volume o mais alto possível para que seus vizinhos saibam que “a música lhe dá poder” (risos). É mais um hino padrão do Primal Fear.
Após a bela pausa, “The World On Fire” redefine o clima com sons crepitantes de fogo pintando um quadro de devastação e destruição… com as guitarras rítmicas colocando “peso” em letras fortes e brilhantes. “Conversei com Jesus, mas ele não teve resposta” diz muito sobre a direção lírica deste sólido headbanger. O solo de guitarra ilumina os três machados que esta banda tem em seu arsenal. Seguir este com “Their Gods Have Failed” faz sentido, com seu lado épico aparecendo através da introdução limpa da guitarra e dos teclados com os sons amostrados do coro.
O álbum se afasta da escuridão, com alguns hinos contundentes de Power Metal para mostrar o quanto o JUDAS PRIEST influenciou a cena alemã. As três guitarras em “Steelmelter” têm esse efeito além da eficácia com que saciam sua sede.
“Raged By Pain”, com um riff de abertura que causa arrepios na espinha e, em seguida, as guitarras rítmicas assumem o controle com os vocais ásperos e agudos de Ralf, elevando seu sangue ao ponto de ebulição.
É uma regra não escrita/não oficial que todo álbum de Power Metal alemão contenha uma balada poderosa. Neste caso, é “Forever”, e tenho certeza que você apreciará como as orquestrações mínimas de cordas constroem o cenário perfeito para Ralf, são vocais incríveis. “Fearless” com um riff no estilo ACCEPT abre a cortina da maneira mais apropriada; com um refrão que você vai querer cantar a plenos pulmões. “Nascemos para falhar e aprender com nossos erros”, soa fantástico aos meus ouvidos com a frase “continue tentando, vá em frente e nunca pare, sem medo” selando o acordo na mensagem entregue.
É muito bom saber que “Code Red” é considerado um álbum de retorno relacionado à saúde de Mat e, como diz o comunicado de imprensa, “um triunfo da vida sobre a morte”. Temos verdadeiros hinos, excelentemente elaborados com força e comprometimento são o que desafia seus alto-falantes e também os músculos do pescoço. É uma explosão enorme, mostrando que a resistência e a força de vontade compensam de forma positiva.
Uma declaração poderosa de Power Metal com tudo que você aprendeu a amar (e bater cabeça) com o PRIMAL FEAR e muito mais.
Músicas
1- Another Hero
2- Bring That Noise
3- Deep In The Night
4- Cancel Culture
5- Play A Song
6- The World Is On Fire
7- Their Gods Have Failed
8- Steelmelter
9- Raged By Pain
10- Forever
11- Fearless
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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