BLACK SABBATH: Relembre todas as fases da banda
February 17, 2020 0 By Edu RodO Black Sabbath começou em 1968, em Birmingham, na Inglaterra e teve seu fim decretado em 2017 com um show de despedida na mesma cidade. Mesmo tendo apenas duas formações marcantes, as eras de Ozzy e Dio, a trajetória da banda conta com muitas outras fases e integrantes e todas elas tem somente uma coisa em comum, o guitarrista Tony Iommi.
1968-1977: Tony Iommi / Bill Ward / Geezer Butler / Ozzy Osbourne
Tudo começou em 1968 na cidade operária de Birmingham, na Inglaterra com o guitarrista Tony Iommi e o baterista Bill Ward se unindo ao baixista Geezer Butler e ao vocalista Ozzy Osbourne para formar um grupo que inicialmente chamaram de ‘Polka Tulk Blues Band’. Depois de mudar o nome para ‘Earth’, se estabeleceram como Black Sabbath após perceberem uma exibição lotada de matinês do filme de Boris Karloff com o mesmo nome.
O grupo garantiu um avanço mínimo da Vertigo Records e conseguiu gravar seu álbum de estreia em um único dia, lançado em 13 de fevereiro de 1970, e obtendo disco de platina pelas vendas.
Em 1977, após a turnê do álbum ‘Technical Ecstasy’, Ozzy deixou o grupo, devido a morte do seu pai, além dos problemas derivados da sua dependência de álcool e drogas.
1978: Tony Iommi / Bill Ward / Geezer Butler / Dave Walker
A saída de Ozzy em novembro de 1977, forçou os demais integrantes do grupo a ir em busca de um novo cantor, selecionando rapidamente o veterano do Fleetwood Mac, Dave Walker, que fez sua primeira e única aparição no Black Sabbath em janeiro de 1978.
1978-1979: Tony Iommi / Bill Ward / Geezer Butler / Ozzy Osbourne
Depois de alguns meses fora da banda e uma tentativa de projeto solo, Ozzy resolveu retornar ao Sabbath, encerrando o breve mandato de Walker com o grupo e gravando o último álbum da era Osbourne, ‘Never Say Die!’, lançado em 1978. Com a resposta relativamente negativa do álbum e devido aos constantes conflitos com os outros membros da banda, Ozzy foi despedido do grupo justificado pela sua tendência ao abuso de drogas e álcool.
1979-1980: Tony Iommi / Bill Ward / Geezer Butler / Ronnie James Dio
Após a saída de Ozzy, o grupo acabou contratando o vocalista Ronnie James Dio, ex-vocalista das bandas Elf e Rainbow, iniciando o que se tornaria as sessões que gerou álbum ‘Heaven and Hell’, lançado em 1980. Embora a saída de Osbourne aparentemente seria uma solução para resolver os problemas internos, o baixista Geezer Butler faltou em grande parte das sessões de gravação e também foi considerado fora da banda em 1979, sendo substituído pelo ex-baixista do Rainbow, Craig Gruber, mas Geezer Butler acabou voltando a tempo de regravar todas as canções e ‘Heaven and Hell’ provou ser um grande retorno comercial para a banda, quebrando o Top 40 da Inglaterra e ganhando disco de ouro rapidamente.
1980-1982: Tony Iommi / Geezer Butler / Ronnie James Dio / Vinny Appice
Após o lançamento de “Heaven and Hell”, Ward foi o próximo a sair. Ele foi substituído pelo baterista Vinny Appice, que permaneceu por tempo suficiente para contribuir para o décimo álbum do grupo, ‘Mob Rules’, de 1981, e o álbum gravado ao vivo que partiu da turnê ‘Live Evil’. Mas quando ‘Evil’ saiu em dezembro de 1982, Dio já havia desistido de conflitos pessoais com Iommi e Butler, levando Appice com ele para começar sua própria banda.
1982-1983: Tony Iommi / Geezer Butler / Bill Ward / Ian Gillan
Com Bill Ward ficando sóbrio e Dio e Appice fora da banda, Iommi e Butler decidiram recrutar o ex-companheiro e seguir em frente com um novo cantor e também com um novo nome, embora a pressão da gravadora tenha sido forte para continuar sob a bandeira do Black Sabbath. Iommi chegou a chamar David Coverdale, do Whitesnake, mas o cantor recusou a proposta e Ian Gillan (ex-Deep Purple), que naquele momento estava livre de qualquer compromisso, foi convidado. O resultado ficou registrado no 11 álbum de estúdio do grupo, ‘Born Again’, lançado em 1983. Embora queimado pelos críticos e apelidado de “Black Purple”, o álbum registrou um sucesso significativo de vendas e alcançou o quarto lugar nas classificações inglesas.
1983-1984: Tony Iommi / Geezer Butler / Bev Bevan / Ian Gillan
Bill Ward saiu antes de o Black Sabbath pegar a estrada em apoio a ‘Born Again’, sendo substituído pelo ex-baterista do ELO, Bev Bevan. Quando a turnê acabou, Gillan também anunciou que iria se juntar ao Deep Purple, deixando o Sabbath sem vocalista mais uma vez.
1984: Tony Iommi / Geezer Butler / David Donato
Com a saída de Gillan, o novo produtor da banda, Spencer Proffer, contratou Ron Keel para uma audiência, mas ao final não foi escolhido. Outro candidato foi George Criston da banda canadense Kick Axe, que também não aconteceu. Mais tarde, David Donato foi citado como vocalista oficial do grupo, que ficou por cerca de seis meses no posto, mas não chegou a fazer um álbum, aparentemente por ter sido demitido antes devido a uma “horrível entrevista” emitida para a revista inglesa Kerrang!. Butler também acabou desistindo e Iommi decidiu colocar a banda em hiato para seguir uma carreira solo.
1985: Tony Iommi / Geezer Butler / Bill Ward / Ozzy Osbourne
Enquanto Iommi começou a trabalhar em um projeto solo com o tecladista Geoff Nicholls e com um elenco rotativo de vocalistas e músicos, a formação original do Black Sabbath foi convidada para o show ‘Live Aid’, organizado por Bob Geldof, e dividiram o palco pela primeira vez desde 1978.
1986: Tony Iommi / Glenn Hughes / Dave Spitz / Eric Singer / Geoff Nicholls
Sem o vocalista Donato, foi chamado Jeff Fenholt que permaneceu no Black Sabbath por sete meses antes de Glenn Hughes tomar o seu lugar. Pela primeira vez com uma formação que contava somente com Iommi da originnal, a banda lançou o álbum ‘Seventh Star’, lançado em 1986, e inicialmente seria um álbum solo de Iommi, porém por razões contratuais saiu sob o nome de “Black Sabbath featuring Tony Iommi”, apresentando um som mais suave sem ter muito em comum com os álbuns anteriores do grupo, não agradando aos fãs e obtendo pouco sucesso.
1986: Tony Iommi / Ray Gillen / Dave Spitz / Eric Singer / Geoff Nicholls
Logo após o lançamento do ‘Seventh Star’ e na fase inicial da turnê, Hughes deixa a banda forçando Iommi a encontrar um substituto de última hora. O escolhido foi Ray Gillen que até então havia participado da banda solo do ex-baterista do Rainbow, Bobby Rondinelli. A troca não ajudou na venda ingressos.
1986-1987: Tony Iommi / Eric Singer / Bob Daisley / Geoff Nicholls / Tony Martin
Se as coisas já estavam complicadas durante a era da ‘Seventh Star’, ficaram piores durante os meses que antecederam o lançamento do álbum ‘The Eternal Idol’ de 1987. O baixista Dave Spitz foi o primeiro a sair, sendo substituído por Bob Daisley, conhecido por participar da primeira formação do grupo solo de Ozzy. Depois de regravar as faixas de Spitz e escrever um bom número de letras para o álbum, Daisley também saiu levando o baterista Eric Singer com ele. No meio das gravações, Ray Gillen também optou por deixar o grupo e foi substituído por Tony Martin, que fez o vocal (com canções escritas originalmente por Gillen) para o álbum ‘The Eternal Idol’, embora entre os colecionadores, possam encontrar a versão original cantada por Gillen. “O Eternal Idol” obviamente não capturou a banda em um pico criativo, mas é pelo menos digno de nota por marcar a primeira aparição de Martin, que traria alguma estabilidade necessária à posição de vocalista do Sabbath na década seguinte.
1988-1989: Tony Iommi / Geoff Nicholls / Tony Martin / Cozy Powell / Laurence Cottle
Depois de ‘The Eternal Idol’, Iommi, Nicholls e Martin começaram praticamente do zero, recrutando Laurence Cottle no baixo e o lendário Cozy Powell para as baquetas. A nova formação gravou ‘Headless Cross’, lançado em 1989 e como aconteceu nos últimos álbuns, não agradou, resultando em problemas de distribuição com sua nova gravadora, a IRS Records, e tendo a sua turnê promocional, que a essa altura já contava com o novo baixista Neil Murray, cancelada após apenas algumas datas.
1990: Tony Iommi / Geoff Nicholls / Tony Martin / Cozy Powell / Neil Murray
Surpreendentemente, o grupo se consolidou por um período e registrou o momento com o álbum ‘Tyr’, que a princípio vendeu bem e seguiu por uma turnê no mesmo ano. Apesar da relativa harmonia e um single de sucesso, a balada ‘Feels Good to Me’, ‘Tyr’ não obteve o resultado esperado pela gravadora, vendendo poucas unidades na Europa e forçando o grupo a interromper outra turnê devido à fraca venda de ingressos.
1990-1992: Tony Iommi / Geezer Butler / Ronnie James Dio / Vinny Appice
No final do verão de 1990, Geezer Butler se juntou a Ronnie James Dio no palco durante um dos shows de Dio, provocando uma conversa sobre uma reunião do Sabbath da era ‘Mob Rules’ e no devido tempo, foi realmente o que aconteceu, com Iommi demitindo Martin e Murray. Finalmente lançado no final do verão de 1992, o ‘Deshumanizer’ retornou o Sabbath às paradas nos EUA, gerando o single de sucesso ‘TV Crimes’ e anunciando uma turnê mundial de sucesso. Tudo desabou, no entanto, quando a banda aceitou um espaço de abertura para uma primeira turnê de “aposentadoria” de Osbourne, ‘No More Tours’ e Dio indignado saiu, sendo substituído temporariamente pelo então ex-vocalista do Judas Priest, Rob Halford.
1993-1994: Tony Iommi / Geezer Butler / Tony Martin / Geoff Nicholls / Bobby Rondinelli
Após os shows de Osbourne, começaram as conversas sobre uma turnê de reunião para a formação original do Sabbath, mas Iommi e Butler voltaram ao estúdio com o baterista Bobby Rondinelli, o tecladista Geoff Nicholls e Martin novamente nos vocais, lançando o álbum ‘Cross Purposes’, de 1994, sofrendo o mesmo destino comercial que todos os outros lançamentos anteriores com Martin. Rondinelli foi substituído no meio da turnê, surpreendentemente pelo baterista original, Bill Ward, que chegou a tocar nas últimas quatro datas da turnê na América do Sul.
1994-1995: Tony Iommi / Cozy Powell / Neil Murray / Geoff Nicholls / Tony Martin
Quando a turnê de “Cross Purposes” terminou, Butler saiu, seguido por Ward. Iommi então recrutou os ex-membros Cozy Powell e Neil Murray e gravaram o álbum ‘Forbidden’, de 1995, que não recebeu boas avaliações do público e crítica. Na turnê, Powell acompanhou apenas as datas da turnê dos Estados Unidos, enquanto na Europa, Rondinelli ficou em seu lugar.
1997-2006: Tony Iommi / Bill Ward / Geezer Butler / Ozzy Osbourne
Em 1997, Ozzy deu vida ao seu festival Ozzfest. Na última parte do show, Butler e Iommi (e posteriormente, também Ward) apareceram no palco para tocar algumas canções clássicas do Sabbath. Demorou cinco anos para que isso acontecesse, mas a formação original do Sabbath finalmente se reuniu e foi devidamente comemorada com o álbum duplo ao vivo de 1998 ‘Reunion’.
2006-2010: Tony Iommi / Geezer Butler / Ronnie James Dio / Vinny Appice
Depois de se reunir novamente para gravar algumas músicas novas para uma compilação da era Dio, o quarteto decidiu gravar um novo LP e agendar uma turnê, porém agora identificados como Heaven & Hell, já tiveram que enfrentar uma ação judicial de Osbourne, que acusou Iommi de se apropriar ilegalmente do nome do Sabbath.
2011- 2017: Tony Iommi / Geezer Butler / Ozzy Osbourne
A morte de Dio por câncer de estômago, em maio de 2010, pôs fim ao Heaven & Hell e em novembro de 2011, a formação original anunciou que gravaria um novo álbum e sairia em turnê mundial, mas assim que os fãs começaram a comemorar, as coisas azedaram mais uma vez, com Ward dizendo publicamente que tinha recebido uma oferta de contrato injusta e não ria assinar caso não fosse alterado. A banda acabou optando por continuar sem ele, alegando que o motivo de sua saída seria que o baterista original não estaria em condições físicas para assumir mais de duas horas de show e uma extensa turnê. A gravação do álbum intitulado ’13’ foi feita com Brad Wilk, do Rage Against The Machine, e para tocar ao vivo foi chamado Tommy Clufetos, que era o baterista da banda solo de Ozzy. A última vez que se apresentaram sob o nome Black Sabbath, foi No dia 4 de fevereiro de 2017, na cidade natal da banda, Birmingham, Inglaterra.
Designer e músico apaixonado por arte e rock n’roll. Gaúcho de Porto Alegre, já morou em São Paulo, Nova York e atualmente reside em Madri, na Espanha. Em seu currículo como músico tem passagem como baixista das bandas Rosa Tattooada (Porto Alegre), Jungle Junkies (NY) e Monodrive (SP).
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