Entrevista Exclusiva com o vocalista IURI SANSON (ex-Hibria, All About You, Eternity’s End)!

Entrevista Exclusiva com o vocalista IURI SANSON (ex-Hibria, All About You, Eternity’s End)!

January 24, 2022 0 By Geraldo Andrade

A Revista Freak conversou com IURI SANSON, um dos melhores vocalistas do heavy metal brasileiro, que nos falou da sua história, da sua passagem pelo Hibria, seus novos projetos e muito mais. Confira!

Ele ficou conhecido no heavy metal mundial, como vocalista de uma das maiores bandas brasileiras, o Hibria. Agora morando na Europa, mais precisamente em Portugal, é o vocalista das bandas Eternity’s End e All About You. A Revista Freak conversou com IURI SANSON, um dos melhores vocalistas do heavy metal brasileiro, que nos falou da sua história, da sua passagem pelo Hibria, seus novos projetos e muito mais. Confira!

entrevista iuri sanson

Foto Crédito: Divulgação

Gema: Como começou a sua carreira?

Iuri: Comecei a cantar em 89 de uma maneira completamente amadora e em 92 tive a oportunidade de gravar uma primeira música de forma mais profissional, eu cantava com um amigo sem pretensão nenhuma e ele ganhou duas horas em um estúdio profissional com a banda dele e me chamou pra gravar e aí  acabei ficando na banda. Até 97 quando entrei no Hibria, eu passei por todos os estilos, surf music, rock, pop, metal, passava o sábado inteiro ensaiando com várias bandas até conhecer o pessoal do HIbria. Por 96, 97, fiz a abertura de um show deles, gostaram da minha performance, entraram em contato comigo, fiz o clássico teste e entrei na banda, depois a história já é meio conhecida. Em 97 lançamos a primeira demo, Metal Heart, e depois muita coisa aconteceu, conseguimos marcar três shows na Bélgica em 99 e fomos para ficar três meses, mas deu tudo muito certo e viraram 27 shows em seis meses. Tocamos em vários lugares além da Bélgica, Alemanha, Holanda, República Tcheca, Polônia e voltamos pro Brasil com aquela carga de ter tocado na Europa e conhecido várias bandas, são memórias que onde quer que a gente vá, vão estar sempre com a gente. Depois veio o ‘Defying the Rules’ em 2004 e o resto da história vocês conhecem!

Foto Crédito: Divulgação

Eduardo: E como foi chegar no Japão?

Iuri Sanson: ‘Defying the Rules’ teve uma vendagem muito boa no Japão, 4 anos depois saiu o ‘The Skull Collectors’ que também foi muito boa a venda por lá e aí as críticas da imprensa começaram a bombar, o que chamou a atenção dos promotores de shows. Em 2009 recebemos o primeiro convite pra ir ao Japão, fizemos shows em Osaka, Nagoya e Tokyo e fomos muito bem recebidos por todos, vimos realmente o negócio de ser rockstar, chegar lá e o pessoal da gravadora, promotores estarem te esperando com uma van show de bola, ir para o hotel e ter fãs te esperando com presentes, quando tu sobe no palco, tu da trezentos por cento da tua capacidade. Pra nossa surpresa em outubro fomos convidados pro Loud Park Festival, então em 2009 fomos duas vezes pro Japão e o Loud Park naquela altura era o maior evento de heavy metal do Japão. Tocamos ao lado do Slayer, Helloween, Papa Roach, Judas Priest, e a gente no corredor do backstage conversando com os caras, aí começou toda a história, de lá pra cá rolou um monte de coisas.

entrevista iuri sanson

Foto Crédito: Divulgação 

Eduardo: E o Rock in Rio?

Iuri Sanson: O Rock in Rio também é algo foda na carreira do artista! Lembro que eu tava caminhando e recebi um telefonema da Monica Cavalera, nos convidando pra tocar no Rock in Rio junto com o Almah. Desliguei o telefone, voltei pra casa e liguei pro Abel. Era segredo de estado, não podia contar pra ninguém, imagina, recebi a notícia um ano antes e tinha que guardar segredo da minha família. Foi uma experiência sensacional, viver aquele mainstream no Brasil, que é a tua casa né? Já tínhamos passado por uma experiência parecida quando abrimos pro Metallica, em 2010, em Porto Alegre. Eu lembro de uma cena de olhar o equipamento de Metallica, uns 6 containers e os nossos em um cantinho, pareciam uns dadinhos lá atrás do palco, era engraçado, mas a gente dizia que tudo bem, um dia chegaria lá!

Foto Crédito: Divulgação 

Gegê: E o show como vocalista do Loudness?

Iuri Sanson: Esse foi outro lance incrível que aconteceu! Eu sempre tive uma relação muito boa com o Akira Takasaki, e todo o pessoal do Loudness pra falar a verdade. Quando a gente foi pro Loud Park em 2009, o Akira gostou muito da banda e depois do show eles foram no nosso camarim e conhecemos todo o pessoal da banda, eles são incríveis. Depois do show, nos levou em um Karaokê, foi muito legal, sempre tive uma relação muito boa com eles. Recebi um e-mail me convidando pra cantar três músicas, sendo uma em conjunto com o Mike Vescera, que é um cara que sempre foi uma puta inspiração pra mim, no Brasil, no Espaço das Américas, claro que aceitei. E aí os caras me enviaram outro e-mail me dizendo que o Vescera teve um problema e não poderia vir pro Brasil e me perguntando se eu cantaria as outras 10 músicas do show, daí eu fui do sonho pro pesadelo, como eu iria decorar todas as músicas faltando 10 dias para o show? Meus dias eram bem ocupados e eu não tinha como me comprometer. Das 10 eu consegui decorar umas 7, eu levei as letras pro hotel, consegui decorar todas as linhas vocais, mas as letras não deu para decorar tudo, no dia eu tava uma pilha de nervos! No backstage encontrei um roadie amigo meu que estava trabalhando com outra banda, expliquei a situação e ele viu que eu estava muito nervoso, me deu um tapinha nas costas e disse: “relaxa,  deixa comigo que vai dar tudo certo!”, não sei como ele conseguiu colocar todas as letras de uma forma que parecia um teleprompter na frente do palco,  praticamente perdi o retorno, claro, mas era isso ou nada. Não foi um show 100% performance, mas quem estava ali não notou, a repercussão foi sensacional, sem contar o fato de eu ter no currículo já ter sido vocalista do Loudness no Live ‘N Louder, sensacional!

entrevista iuri sanson

Foto Crédito: Divulgação 

Eduardo: E o projeto com o baterista Marcelo Moreira, ‘All About You’?

Iuri Sanson: Começou de uma maneira muito natural com a minha vinda pra Portugal. Em 2017 eu fiz uma entrevista pra uma escola técnica de música e nos procedimentos pra entrar, fiz uma entrevista com o Andre Prista, que é o guitarrista e produtor da banda. Ficamos amigos, começamos a fazer umas composições, mas fechou mesmo quando ele me mandou o riff da “Mess & Shame” que é nosso primeiro single. Quando a gente chegou em um ponto que já estávamos com cinco músicas, começamos a mostrar para os amigos e um deles foi o Ivan, que mora em Portugal também.  Perguntei se ele sabia de algum baixista pra indicar, e ele disse “sim, eu!” O Marcelo, eu estava trocando umas mensagens com ele, que está pensando em vir morar aqui também, mostrei o som e aí fechou o quarteto! Agora já estamos com trê singles lançados e a repercussão está sendo boa, estamos fazendo tudo com muita calma, tranquilos, pra que quando saia o primeiro álbum, seja uma patada na orelha. A gente está achando que estamos no caminho certo em termos de sonoridade!

Foto Crédito: Divulgação

Gegê: E a Eternity’s End? É da Alemanha né?

Iuri Sanson: Foi engraçado a minha história com eles, eu estava gravando o meu último álbum com o Hibria e o Chris Muenzner entrou em contato comigo me convidando pra gravar o segundo álbum da banda, mas falei que estava ocupado no momento e ele disse que o prazo era tranquilo e me mandou uma música, não tinha letra e ele me deixou muito a vontade para criar, quando mandei de volta, ele curtiu muito! O Christian é muito de boa e gravamos o álbum ‘Unyielding’. Depois me convidou pra gravar o ‘Embers of War’, que acabou sendo um álbum muito corrido, porque no meio tempo das composições, o Christian voltou pro Obscura que é uma baita banda e isso tomou muito tempo dele e atrasando as coisas, quando as músicas chegaram até mim, não tive muito tempo de trabalhar a melodia vocal, então foi bem corrido, mas já deu pra ter uma ideia com os dois singles lançados, da paulada que vai vir e vai ser um álbum bem diferente de ‘Unyielding’, antes era um projeto, agora da pra dizer que o Eternity’s End é uma banda.

Foto Crédito: Divulgação 

Gegê: E o novo Hibria, o que tá achando? 
Iuri Sanson: Falar o quê sobre o novo Hibria, só monstro! O Abel passou por momentos bem conturbados nessa remontagem da banda, mas superou todas as dificuldades e mesmo a gente estando distante fisicamente, sempre dei todo o suporte participando quando o Abel me requisitava. Quando o Abel abriu o concurso pra vocalista, ele me enviou para escutar e dar a minha opinião e quando me disse que seria o Emeka, eu fiquei super feliz porque além de conhecer tecnicamente o trabalho dele, o conheço pessoalmente, é um cara muito legal, jovem, com um potencial sensacional, uma voz única! A gente sabe que a troca de um integrante na banda é sempre complicado, mas o vocalista é dez vezes mais, e foi sensacional, muito foda! E vai vir um cd incrível, se preparem!

Eduardo: A gente gostaria de te agradecer mais uma vez pela atenção e te desejar todo sucesso nos teus projetos!

Iuri Sanson: Eu que agradeço e queria deixar um recado que eu acho que é importante e pra quem quer apoiar os músicos atualmente, que seria seguir, interagir nas redes sociais, não custa nada ir no canal do teu artista favorito, se inscrever, colocar o sininho, são coisas pequenas, um clique, mas pro músico hoje é quase tão importante quanto fazer um show, porque isso que pode ajudar a levar a tua banda preferida pra tua cidade, é um clique! O papel do fã é muito importante e nunca foi tão fácil ajudar! Fica o recado e mais uma vez agradeço a oportunidade!

Assista a entrevista na íntegra abaixo:

Confira vídeos:

Discografia:

Unyielding

Eternity’s End

2019

cd hibria

Moving Ground

Hibria

2018

cd hibria

Hibria

Hibria

2015

Hibria Discografia

Silent Revenge

Hibria

2013

Hibria Discografia

Blind Ride

Hibria

2011

Hibria Discografia

The Skull Collectors

Hibria

2008

Hibria Discografia

Defying the Rules

Hibria

2004

marcelo gema

Gema

Gema. 46 anos dos quais 32 foram consumindo e tocando Rock n Roll.
Baterista, de bandas da cena de são Paulo e agora fazendo rock n roll na Espanha com a banda THE ROCK MEMORY.

eduardo rod

Edu Rod
Designer e músico apaixonado por arte e rock n’roll. Gaúcho de Porto Alegre, já morou em São Paulo, Nova York e atualmente reside em Madri, na Espanha. Em seu currículo como músico tem passagem como baixista das bandas Rosa Tattooada (Porto Alegre), Jungle Junkies (NY) e Monodrive (SP).

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