Entrevista: EDU K fala sobre a sua trajetória e a atual formação do Defalla
June 12, 2019 0 By Edu RodEdu K é um dos mais irreverentes artistas brasileiros e sempre esteve à frente do seu tempo em suas ideias e atitudes, atingindo sucesso em todas as áreas em que atua. O mentor da banda Defalla, uma das pioneiras na mescla de estilos musicais, está mais ativo que nunca e com uma nova versão da sua icônica banda. Conversamos com o músico, DJ, apresentador e produtor musical, Edu K, que nos contou um pouco da sua trajetória e a atual situação do DEFALLA.
Edu, primeiramente gostaria de agradecer em nome da Revista Freak por nos conceder essa entrevista. Conheço o seu trabalho há muito tempo e gostaria de começar perguntando como você iniciou a sua carreira?
EduK: Eu que agradeço, manu!!! Tudo começo quando eu vi o James Brown na TV quando eu era mlk! Depois veio o John Travolta nos “Embalos de Sábado à noite”, daí pra dublar o Keith Richards com uma guitarra de plástico e montar a primeira banda com um parce do colégio – o Gustavo Xis, que tocou guita na Cachorro Grande e hoje toca nos Spoilers – foi dois toque! Isso era tipo 1981, em Foz do Iguaçu e tinha acabado de sair o “Emotional Rescue” dos Stones. Não tinha google, nao tinha MTV, só tinha o Fantástico haha e segunda-feira eu e o Xis fomos a pé pro colégio, tipo dois zumbi, depois de ver a estreia do clipe de “She’s so Cold” no famigerado programão de domingo da famiglia brasilera haha. No colégio a gente descobriu q tinha um manu q morava do otro lado da rua q tinha uma guita, dae depois da aula, a gente foi la bate na porta do manu hahaha. Esse manu ae, o Christophorus, tinha uma gianinni strato cor de creme e sabia toca “A casa do sol nascente” hahaha. botamo na banda, que o Xis chamou de…errrr….Fluxo de Energia, no ato. Como todos os livros de história do rock braza nunca escritos podem atestar, essa banda seria a gênese da banda Fluxo (já em Porto Alegre, em 1984), que por sua vez viria a se transforma no Defalla em 85.
Quais são as suas influências e o que você está escutando atualmente?
EduK: viiishhhh millis coisa, manu! do Miles Davis que meu pai botava na goma quando eu era milk (“Miles Run The Voodoo Down” do Bitches Brew define e zera a vida) aos Stones satânicos de 69 aos Stooges, do “Raw Power” com o nefasto James Williamson, ao Kraftwerk i u Moroder, que me enfiaro o bug da eletrônica na raba, ao Hip Hop raiz do Bronx (que eu descobri em 78/79 quando us radialista da época botavo o flup side dos 12″ da “Sugar Hill” e do Kurtis Blow pra canta musiquinha de natal em cima haha), ao funk carioca do Malboro e depois das rádio de montagem ao funk minimal de 2019 à Anitta deusa da poha, toda ao house lindo do Mat.Joe ao fidget destruidor de neurônios do yoda master da música concreta Switch ao country rock dos Flying Burrito Brothers ao “The Hurting” dos Tears For Fears, que é um dos melhores discos ever à fritacera germânica do Wagner, à tamborzada big beat do Fatboy Slim ao emo trap do Lil Uzi Vert, ao pop trap do Lil Pump ao black trap do Ghostemane ao brazilian bass boladão da poha do Malik Mustache, ao Chet Baker já sem os dente, cantando como um deus banguela na trilha sonora do “Let’s Get Lost”, à Billie Holiday já com o pé na cova e soando como nenhum outro ser humano jamais soou ou soará no “Lady In Satin”, ao MCR arrancando meu coração e pisoteando por cima cantando “I’m Not Ok” ao BMTH com aquela delicia do Oli Sykes cuspindo “Diamonds That Aren’t Forever” na minha cara, ao STP com mozão for life Scott Weiland à banda do meu daddy Joe Perry, o Aerosmith que É SIM a maior e última banda de roque ainda viva ao… I Could Go On And On como se pode ver mas finalizo no black metal norueguês true do Mayhem e em especial do Darkthrone do keridão Fenriz que é só o que eu escuto ultimamente: o Old Star ja é o melhor disco de 2019, hands down fazeny xifrinhu!
Você já transitou entre vários estilos musicais na sua trajetória, teria algum que você se identifique mais?
Edu K: 100% Hip Hop, 100% House, 100% Black Metal, 100% trap , 400% Edu K!
Após algumas mudanças na formação do DEFALLA nos últimos anos, você poderia falar um pouco sobre a atual situação da banda?
Edu K: algumas… hahahhahahah
Fazem 10 meses q o Johnny Zanei, lenda viva do britpop do ABC paulista e baixista/booker atual da banda, ressuscitou o Defalla das trevas. Nesse tempo já trocamo de som e formação umas 20 veiz haha, eu pari um estilo novo que nasceu e morreu em questão de meses – o BAILE PUNK, filho bastardo do metal raiz con o funk minimal 2019, fizemo millis show histórico, tivemo uma festa própria no Z no Largo da Batata em sp e agora tamo nos preparando pra volta pra estrada com a formação gold que é u Johnny + u Willian Paiva (batera monster e gato nas horas vagas) e meu sonho de consumo emo na guita, o mayor guitar hero da poha toda, o Filipe Fi na guita, com repertório retro so com os clássicos mais topzera ever da banda: eu finalmente entendi q o Defalla nao é mais meu, agora ele é de vcs fãs simpatizantes parces e companheiros de trincheira e optei por fazer o certo 👉🏽 give the people what they want, como ja dizia o Ray Davies. Ah e defalla se escreve assim Defalla, de preferência em CAPS 😋
O DEFALLA é uma banda que ao longo da sua trajetória teve várias fases e estilos diferentes, você teria algum álbum de sua preferência ou que considere o mais importante na carreira da banda?
Edu K: “Kingzobullshit” disparado! o lado A do vinil na versão do CD (ho ho ho we are the merry pranksteeers! ha ha ha – pra quem não sabe a versão do CD não é igual a versão do vinil, hahaha coisas do Defalla livre de 92, não do Defalla cover de 2019 🤯) é meu primeiro disco solo!
Você também é produtor musical, tendo trabalhado com bandas como Pavilhão 9, Detonautas, Cachorro Grande, Comunidade Nin-Jitsu entre muitos outros grandes artistas, incluindo o próprio Defalla. Você poderia contar um pouco sobre sua carreira como produtor?
Edu K: Tudo começou com o Gordo Miranda. Ele ia gravar as parada dele e eu ficava só no bico por cima do ombro dele. E a música eletrônica também na causa! eu tinha cadernos e cadernos com várias anotações do q eu ia fazer quando crescesse e virasse o Hank Shocklee, o que demoro anos já que o bug do P.E. me mordeu em 87 quando saiu o “Yo Bum Rush The Show” e só fui ter um sampler em 95. e tbm teve a mão do rei midas master Dudu Marote q me levou pra debaixo das asas dele na DrDd onde fiz muita publicidade. Mas o inicio mesmo, produzindo outras bandas q não o Defalla foi com os Tubarões Voadores de Itaboraí/RJ. Algum tempo antes o Planet Hemp tinha me chamado pra produzir o “Usuário” e eu, hoje já classicamente sabido, caguei nas calça e não fui 😳, dai o Sergio do Tubarões não me dexo comete o mesmo erro duas veiz haha.
Alguma banda ou artista que você gostaria de trabalhar ou produzir e ainda não teve oportunidade?
Edu K: Sem nem precisa pensa pra responde : Anitta e Miles Davis.
Voltando ao Defalla, você considera o show do Hollywood Rock de 93, o mais importante da carreira da banda? Vocês tiveram as mesmas condições das bandas internacionais?
Edu K: O mais importante eh sempre o proximo! alias anota a agenda ae:
04/7 – Goiânia – Bolshoi Pub
06/7 – Brasília – Galpão 17
20/7 – Chapecó – Aniversário do programa Cafezão – The House Pub Bar
03/8 – Curitiba – John Bull
10/8 – Santo André – 74 Club
…mas sim, o HR foi foooda: fica de meia no pau, antes dos RHCP e ainda tocando “Give It Away” na frente de 70 mil pessoas, quase sai na mão com u Jerry Cantrell (Alice in Chains), as mina do L7 também mostrarem a bunda, tira uma onda do Kurt chamano ele de “Shaun Cassidy” com o Novoselic, troca uma ideia com o Flea e o “Toninho Kiedis” vir pergunta que som foda era aquele tocando num boombox no meio da sala geral dus camarim (o “Kingzobullshit”, nesse caso), realmente é imbatível!
Quais são os planos futuros da banda? Músicas novas com a atual formação ou novo álbum em vista?
Edu K: Defalla: estrada 1000%, single algum dia. Edu K: nova versão da “Popozuda”, “Cavaleiro de Jedi” cus mano master du Brazilian Bass, Malik Mustache, em Agosto, pela Universal, podcast 1000° só com as trankera inacreditável da vida, SOU FAMOSO, EU JURO, logo menos. Alias, ja to ensaiando furioso pro podcast nos meus stories diarios, segue la no IG (@eduk.defalla) e no FB (facebook.com/eduk.defalla.traphouse). Em tempos recentes passei por uma loka epifania sobre a vida e sobre minha carreira e to compartilhando TUDO com geral pelas redes! A filosofia segundo Edu K hahaha!
Várias produça no forno: EP da banda Repolho (com o hino Porco Pizza), projeto novo do Doctor Love, ícone da poserage portoalegrense e líder da Baby Doll, trax pra Isis Salam e Isa GT, musas máximas em Berlin e Ft com o DJ queridão Sacha Roboti!
Projeto nova fodástico (q por enquanto se chama “EE”) com meu guru/parce/don juan/yoda, Eduardo Branca: house africano minimal contando a história dos orixás e levando cura ao mundo
Para finalizarmos, Como você vê a cena musical atual no Brasil?
Edu K: Tá muito foda! Millis banda, diversidade monstra, o trap brazuka quebrando a banca fodamente, o brazilian bass dominando u mundo no house, todo mundo fazendo grana e foda-se a crise: cultura não morre, prolifera. E não cala!
Veja abaixo algumas das formações do Defalla durante sua trajetória:
DISCOGRAFIA DEFALLA
Papaparty
(1987)
It’s Fuckin’ Borin’ to Death
(1988)
Screw You
(1990)
We Give a Shit! (Kickin’ Ass for Fun)
(1992)
Kingzobullshitbackinfulleffect92
(2018)
Miami Rock 2000
(2000)
Superstar
(2002)
Monstro
(2016)
DISCOGRAFIA EDU K (SOLO)
Meu Nome É Edu K
(1995)
Illegal (EP)
(2006)
Frenétiko
(2006)
Headbanger (EP)
(2008)
Party Munky (EP)
(2008)
Do The Brega
(2013)
Boy Lixo (EP)
(2014)
Lipstick Jungle
(2017)
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About The Author
Designer e músico apaixonado por arte e rock n'roll. Gaúcho de Porto Alegre, já morou em São Paulo, Nova York e atualmente reside em Madri, na Espanha. Em seu currículo como músico tem passagem como baixista das bandas Rosa Tattooada (Porto Alegre), Jungle Junkies (NY) e Monodrive (SP).