Resenha: “Scorched” – Overkill (2023)
June 22, 2023O novo álbum do Overkill, “Scorched”, é um marco e tanto que foi alcançado pelas lendas do thrash de Nova Jersey, OVERKILL . Bobby Blitz e Cia estão de volta mais uma vez com o inferno ardente que é “Scorched”, uma verdadeira paulada, uma aula de thrash metal.
Talvez uma das bandas de thrash mais negligenciadas das últimas três décadas, o OVERKILL lançou consistentemente álbum após álbum. Claro, com 20 trabalhos, é provável que haja alguns momentos mais fracos, mas a banda tem estado em ótima forma durante grande parte de seu mandato na cena.
O vocalista Bobby “Blitz” Ellsworth falou sobre o álbum: “ Não é agressão pela agressão. Há muitos elementos diferentes no disco. Para mim, é mais heavy metal e menos um disco de thrash. Tem muita melodia nele.”
Vamos deixar uma coisa clara desde o início. O OVERKILL nunca foi de reinventar a roda. Você sabe o que vai receber a partir do momento em que aperta o play, tipo Acdc, Ramones ou Motorhead. Isso não significa que o que eles entregam é a mercadoria certa. Aqueles que amam a banda e seu catálogo anterior, terão uma surpresa, “Scorched” é uma verdadeira cidade dos riffs. A faixa-título abre com ferocidade antes de Blitz e seus vocais inconfundíveis fazem sua primeira aparição. Seu som icônico, quase enlouquecido, com uma presença dominante. A seção rítmica bate agressivamente com uma caixa estalante que estala como um chicote e um estrondo de baixo que dança deliciosamente em nossos ouvidos. É um rock de ritmo médio e com um refrão poderoso, simplesmente uma abertura fantástica. Aqui você já percebe que vem coisa boa pela frente.
“Goin’ Home” entra na briga logo em seguida e pode ser facilmente vista como uma ótima e futura faixa para ser tocada ao vivo. Seu frenético pré-refrão fará os círculos girarem enquanto o refrão voa majestosamente. Logo no início você já pode dizer que este álbum será um forte candidato ao álbum do ano. A produção de Colin Richardson e Chris Clancy foi conduzida de forma soberba. Cada nível é a perfeição e cada instrumento atinge com poder e precisão. Impressionante a qualidade desse álbum até aqui.
“Twist Of The Wick” apresenta uma introdução maligna antes de abrir em uma tempestade de riffs. É uma daquelas faixas clássicas de thrash que é o “pão com manteiga” do OVERKILL . Há um canto misterioso que persiste antes de um solo empolgante chegar para enviar a faixa para a reta final. Existem também algumas faixas que quase se inclinam para algumas influências do blues, como o rock “Wicked Place” e a carta de amor do SABBATH de “Fever” . Esta última é uma das faixas mais intrigantes do álbum. Tem um ar de desconforto sobre isso. Blitz explicou que muitas letras eram deprimentes, principalmente devido à pandemia e isso pode ser sentido durante esta faixa. Confesso que a pandemia fez um bem tremendo para certas bandas.
Não demora muito para que eles voltem a toda velocidade com o supersônico “Harder They Fall”. É pura diversão e muito cativante. Grandes adereços têm que ir para a estrela deste álbum, porém, o baterista , Jason Bittner , que é uma máquina absoluta por trás do kit, especialmente em faixas como essa, você pode ouvir o quanto sua forma de tocar realmente eleva uma formação já talentosa. Peso e técnica aliados, nos dando muito peso.
Finalizando esse ótimo trabalho, vem “Bag O’ Bones”, o OVERKILL sabe como se divertir um pouco com sua música. Você não pode deixar de ter um enorme sorriso no rosto depois que as últimas notas soam. Já se passaram muitas décadas e muitos álbuns, mas de alguma forma o OVERKILL lançou um de seus melhores álbuns em sua história. “Scorched” é uma tempestade de diversão thrash, que terá moshers, jovens e velhos, circulando pelos campos juntos em muitos festivais.
Mesmo 20 anos depois, essa banda sabe se manter consistente com sua qualidade de metal sem ficar estagnada. Este álbum é fogo absoluto e um verdadeiro candidato a Álbum do Ano.
Músicas
1- Scorched
2- Goin’ Home
3- The Surgeon
4- Twist of the Wick
5- Wicked Place
6- Won’t Be Comin’ Back
7- Fever
8- Harder They Fall
9- Know Her Name
10- Bag o’ Bones
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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