Resenha: “72 Seasons” – Metallica (2023)
April 14, 2023Mesmo quarenta anos depois, você ainda sabe o que está ganhando com um novo disco do Metallica. Você está recebendo metal da melhor qualidade! “72 Seasons”, o décimo primeiro álbum de estúdio da banda, é um exemplo disso.
Volto no tempo e me lembro da primeira vez que ouvi Metallica, mais precisamente na tradicional loja Megaforce, em Porto Alegre, o ano era 1986 e a banda lançava o clássico “Master of Puppets”. Quando entro na loja estava tocando o álbum e todos ali presentes perguntavam, que banda é essa? Para mim algo nunca ouvido antes, um som poderoso, matador e pesado.
O que aconteceu depois disso, todo mundo sabe, o Metallica se tornou um dos maiores nomes da história do heavy metal, lançando clássicos e mais clássicos através dos tempos.
Mesmo quarenta anos depois, você ainda sabe o que está ganhando com um novo disco do Metallica. Você está recebendo metal da melhor qualidade.
“72 Seasons”, o décimo primeiro álbum de estúdio da banda, é um exemplo disso. O trabalho foi amplamente gravado durante o tempo de inatividade em câmera lenta da pandemia. O trio de abertura, a faixa-título, “Shadows Follow” e “Screaming Suicide”, é particularmente implacável, acelerado em seu caminho pela bateria rápida de Lars Ulrich e pelo trabalho de guitarra ágil de Kirk Hammett.
O álbum inteiro ruge em 77 minutos ininterruptos e intensos. Não há baladas aqui, apenas hinos do metal, com muita velocidade e criados especificamente para mosh pits, quartos, viagens de carro e qualquer outro lugar que você escolher para bater cabeça. A minha favorita “Sleepwalk My Life Away” é uma amostra disso.
Liricamente, o álbum encontra o frontman James Hetfield em sua forma mais confessional, ruminando sobre as dores do crescimento e a angústia adolescente. O título “72 Estações” refere-se aos primeiros 18 anos de vida, como eles nos moldam e como os carregamos conosco. Enquanto Hetfield explora sua própria juventude em busca de material, ele luta com a escuridão, como você pode esperar em “Crown of Barbed Wire”, “If Darkness Had A Son”, mas no final consegue encontrar fragmentos de luz e traços de esperança em “Lux Æterna” e “Chasing Light”, para se espalhar pelo álbum.
O álbum termina com a música mais longa que o Metallica já lançou, “Inamorata”, uma jam épica de onze minutos que apresenta Hetfield declarando amor à sua própria miséria e um solo perfeito de guitarra de Hammett. Que final senhoras e senhores!
Para os jovens fãs que agora estão conhecendo o rock pesado, o heavy metal, talvez atraídos pela aparição do clássico da banda de 1986 “Master of Puppets” no megassucesso da Netflix, Stranger Things, no ano passado, este novo álbum será uma porta de entrada adequada. Para todos os outros, há simplesmente a emoção reconfortante de que, depois de tantas décadas no palco, o Metallica ainda é capaz de produzir metal afiado, pesado e do bom.
Músicas
1- 72 Seasons
2- Shadows Follow
3- Screaming Suicide
4- Sleepwalk My Life Away
5- You Must Burn!
6- Lux Æterna
7- Crown of Barbed Wire
8- Chasing Light
9- If Darkness Had a Son
10- Too Far Gone?
11- Room of Mirrors
12- Inamorata
Geraldo “Gegê” Andrade blogueiro e vlogueiro a mais de 15 anos. Iniciou sua paixão pelo rock n roll, nos anos 80, quando pela primeira vez, ouviu um álbum da banda KISS. Tem um currículo com mais de 500 shows, de bandas nacionais e internacionais. Um especialista em entrevistas, já tendo entrevistado vários músicos nacionais e internacionais.
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