BACK IN BLACK: 40 ANOS DE UMA OBRA PRIMA

BACK IN BLACK: 40 ANOS DE UMA OBRA PRIMA

July 13, 2020 0 By Rogerio Hamam

AC/DC é uma daquelas poucas bandas que muitos interpretam suas composições como “mais do mesmo”, mas que todos concordam de forma unânime: ainda bem!

Como explicar a magia de um álbum lançado em 25 de julho de 1980, com menos de 6 (seis) meses depois do trágico falecimento de seu carismático vocalista, Bon Scott, substituído por um britânico praticamente desconhecido? Isso tudo, depois de uma coleção de hits registrados em seus seis primeiros álbuns e, ainda, com a dura tarefa de suceder o clássico “Highway to Hell”. Definitivamente, não era uma missão das mais fáceis.

Pois é, estamos falando simplesmente do álbum de rock mais vendido de todos os tempos, ficando atrás somente de “Thriller”, do Michael Jackson. São mais de 50 milhões de cópias!!!

ac/dc back in black

O produtor Mutt Lange, teve a brilhante ideia de levar a banda para um estúdio em Bahamas, buscando grande distanciamento da rotina de ensaios e shows dos caras, entendendo ser um ambiente apropriado para novas inspirações e também para buscar entrosamento entre os compositores, os irmãos Malcolm e Angus Young e o novo vocalista Brian Johnson.

As badaladas de sino em “Hells Bells” – que a torcida são paulina (incluindo o autor) irá associar ao ídolo Rogerio Ceni, por ser a música tema de sua entrada em campo – parecem que já anunciavam o que estava por vir. Um marcante riff de guitarra e um vocalista com a voz ainda mais rasgada do que a de seu antecessor, com digital própria e sem desfigurar em nada o som da banda.

Mesmo depois um som forte e pesado, como se o ouvinte tivesse realmente sentindo o impacto de um sino de meia tonelada, vem a ótima “Shoot To Thrill”, ainda presente no set list da banda, que também foi trilha sonora e parte do clipe promocional do filme “Homem de Ferro 2”. Afinal, super heróis e música de qualidade, não morrem nunca.

Depois das primeiras ótimas impressões, “What Do You Do For Money Honey” vem aquela pergunta que se repete durante toda audição do álbum: quando chegará a vez daquela música mais fraca? Melhor não desperdiçar seu tempo com isso.

“Givin’ The Dog a Bone” e “Let Me Put My Love Into You”, são outras músicas incríveis e que ajudam a lembrar que existe uma excelente cozinha formada pelo baixista Cliff Williams e pelo baterista Phill Rudd, que são fundamentais para destacar as inigualáveis bases de guitarra, os solos insanos e a marcante voz do novo integrante, que parecia fazer parte da banda antes mesmo dela ter sido criada.

E o melhor, ainda estava por vir . . .

Como descrever a música título “Back In Black”? Talvez como a melhor música da banda, aquela com presença obrigatória em qualquer lista de hinos do rock de todos os tempos, a que bateu recordes de downloads mesmo décadas depois de seu lançamento, ou ainda, tão boa que até a Shakira ficou com vontade de cantar. Qualquer descrição será insuficiente, melhor ouvir novamente esse clássico enquanto estiver lendo o texto e em volume máximo, por favor.

Mesmo com todas as descrições acima, “You Shook Me All Night Long” não fica devendo em nada à sua antecessora. Que ritmo! Que riff! Que solo! Que refrão maravilhosamente grudento! Outro verdadeiro hino!

Depois de todas essas faixas, parece que a banda escolheu propositalmente “Have A Drink On Me”, que literalmente significa “uma rodada por minha conta”. Tamanho será o estado de êxtase do ouvinte, que é bem provável que o sujeito grite essa frase para o bar inteiro ouvir.

“Shake A Leg” é apenas mais uma ótima música do álbum e ainda finalizam com a ousadia de mandar um recado para a eternidade: “Rock And Roll Ain´t Noise Polution”. O rock não é mesmo uma poluição sonora, é arte em sua mais profunda expressão através da música e o álbum “Back In Black” foi gravado justamente para dizimar qualquer dúvida a respeito.

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